Porto Velho (RO)23 de Novembro de 202404:13:45
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Candidatos despreparados: Um risco para a democracia

Confira o editorial


O despreparo de candidatos nas eleições municipais é um problema recorrente que merece atenção especial dos eleitores. A cada pleito, vemos uma enxurrada de promessas mirabolantes e propostas desconexas da realidade administrativa local, evidenciando o profundo desconhecimento de muitos postulantes sobre as reais atribuições dos cargos que almejam.

É comum vermos candidatos a prefeito e vereador prometendo ações que estão fora da alçada municipal. Alguns se comprometem a criar universidades públicas ou ampliar o número de vagas em instituições federais de ensino, ignorando que essa é uma prerrogativa exclusiva da União. Outros prometem reformas no sistema prisional ou ampliação do efetivo policial, esquecendo que a segurança pública é primordialmente responsabilidade dos estados.

Há ainda aqueles que propõem mudanças nas leis trabalhistas, como aumento do salário mínimo ou alterações na jornada de trabalho, temas que são de competência federal. Alguns chegam ao cúmulo de prometer a construção de aeroportos internacionais ou a implantação de linhas de metrô em cidades de pequeno porte, ignorando as limitações orçamentárias e as reais necessidades locais.

Essas promessas irreais não apenas demonstram o despreparo dos candidatos, mas também subestimam a inteligência do eleitor e comprometem o debate democrático. Ao focar em propostas inexequíveis, deixa-se de discutir questões cruciais que realmente afetam o dia a dia da população, como a melhoria dos serviços de saúde, educação, transporte público e saneamento básico.

É fundamental que o eleitor esteja atento e busque se informar sobre as reais atribuições dos cargos em disputa. A prefeitura e a câmara municipal têm papel fundamental na gestão da cidade, mas suas competências são limitadas e definidas por lei. Antes de se deixar seduzir por promessas grandiosas, é essencial verificar se elas são factíveis e se estão dentro das possibilidades de atuação do município.

O voto consciente exige esforço e dedicação. É dever do cidadão pesquisar o histórico dos candidatos, analisar suas propostas com senso crítico e buscar fontes confiáveis de informação. As redes sociais e os comícios não podem ser as únicas fontes de conhecimento sobre os postulantes. É preciso ler os planos de governo, acompanhar debates e entrevistas, e questionar os candidatos sobre suas reais intenções e capacidades.

Somente com eleitores bem informados e críticos poderemos elevar o nível do debate político e selecionar representantes verdadeiramente preparados para os desafios da gestão municipal. O futuro de nossas cidades depende da qualidade de nossas escolhas nas urnas. Não podemos nos dar ao luxo de eleger pessoas despreparadas ou mal-intencionadas para cargos tão importantes.

Que nas próximas eleições, possamos exercer nosso direito ao voto com responsabilidade e discernimento, escolhendo candidatos que realmente entendam o papel do poder público municipal e estejam comprometidos com o bem-estar da população. Só assim construiremos cidades mais justas, eficientes e prósperas para todos.

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