Positivando
Não é completamente injusta a acusação de que o noticiário negativo sobre a Amazônia predomina na mídia. É evidente que a maioria das notícias traz fatos desagradáveis, mas escondê-los ou relativizá-los com viés colorido seria trair o direito da população de se informar sobre a realidade. Por outro lado, cientistas, bons gestores e a sociedade civil têm procurado aproveitar as notícias negativas menos para lamentos ou queixas omissas e mais para agir em cima delas em sentido corretivo.
É nessa perspectiva, por exemplo, a informação positiva de que Alessandra Batista e Bruno Balboni, cientistas focados na Engenharia Florestal, desenvolveram uma alternativa sustentável ao isopor para substituí-lo como painel térmico na construção civil. Sem inventar a roda, já que o "isopor da Amazônia" é feito com o miriti, material já utilizado em vários produtos, Alessandra e Bruno trabalharam com aquele que provavelmente venha a ser conhecido como seu derivado mais promissor.
O miriti, fibra de uma palmeira que a maioria dos brasileiros conhece como buriti, tem uma larga tradição de usos no artesanato, legado indígena que se notabilizou especialmente na confecção de brinquedos. Se o multifuncional buriti conseguir desbancar o isopor "bandido", o poliestireno expandido, que não é biodegradável e demora cerca de 400 anos para se decompor, a Amazônia terá alcançado uma de suas maiores conquistas.
Uma ofensiva...
De um lado, as "chapas brancas" - assim são denominados os governistas alinhados ao prefeito Hildon Chaves, ao governador Marcos Rocha e ao presidente da ALERO Marcelo Cruz - que apoiam a candidatura em Porto Velho da ex-deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil) - devem abrir nos próximos dias uma grande ofensiva nas ruas na capital para decidir a eleição em primeiro turno. Mesmo com o recente crescimento dos "contras" - como são conhecidos os postulantes oposicionistas - os apoiadores de Mari acreditam em vitória em turno único e para tanto tomaram suas providenciais. Uma delas é a presença do ex-presidente Bolsonaro na campanha local.
...E a contraofensiva
Acreditando em eleições em dois turnos e quem chegar lá contra a candidata chapa branca ganha a parada os candidatos mais cotados dos "contras" preparam uma grande contraofensiva para a reta final de campanha. Estima-se nos meios oposicionistas que Leo Moraes (Podemos) Célio Lopes (PDT) e Euma Tourinho (MDB) vão disputar o posto para a segunda vaga. Os candidatos Samuel Costa (Rede), Benedito Alves (Solidariedade) e Ricardo Frota ainda são considerados cartas fora do baralho, como diria a cartomante Euma.
A situação vigente
No momento a situação é a seguinte em Porto Velho: acredita-se que teremos eleições em dois turnos, com a candidata chapa branca atingindo entre 37 a 40 por cento dos votos. Mas é um eleitorado repleto de indecisos e do tanto do eleitorado que projeta uma abstenção acima de 30 por cento. Nestas projeções alcançariam o segundo turno os dois ex-deputados federais Mariana e Leo Moraes. Mas uma eleição fadada a reviravoltas pois com mais de 60 por cento de indecisos estas projeções podem mudar de uma hora para outra, porque o tamanho índice de indecisos pode virar o pleito de cabeça para baixo nos últimos dias.
Fazendo as contas
Havendo algum equilíbrio entre as candidaturas de Leo Moraes, Euma Tourinho e Celio Lopes, acredita-se que para a outra vaga ao segundo turno o opositor precisa atingir entre 17 a 23 por cento dos votos para enfrentar a favorita Mariana no segundo turno. Algo que pode ser alterado, dependendo da ofensiva chapa branca e do desempenho da contraofensiva dos contras. Estes apostam na união das oposições para vitória num segundo turno, enquanto, os chapas brancas, esperam levar uma boa diferença para a segunda etapa, em condições de cooptar mais apoios e garantir Mari no Prédio do Relógio.
Segundo turno
Deixando de lado as contas dos chapas brancas e dos contras, a possibilidade do segundo turno é enorme. Primeiramente porque temos sete candidatos fragmentando o eleitorado e três deles - dois a direita e um a esquerda - em condições de arrastar esta decisão para a segunda etapa. Em segundo lugar, porque a rejeição de Mariana - mesmo com a cooptação de centenas de pastores evangélicos na sua campanha - ainda é muito grande e se não vencer em primeiro turno terá muitas dificuldades no segundo. Em terceiro plano, pela sua aliança que é heterogênea, onde ao menor sinal de queda das intenções de votos, muita gente vira a casaca.
Via Direta
*** Quase um mês de queimadas e fumaceira com grandes reflexos na saúde dos rondonienses, interferindo nos voos para outros estados e já refletindo em nossa economia *** Temos secas históricas, as maiores de todos os tempos em Rondônia, Acre e Amazonas e os principais rios da região Norte recuando drasticamente. Só falta a dança da chuva, como faziam os índios antigamente, porque a coisa só está piorando ***Impressiona o número de cães abandonados nas ruas depois da pandemia. Em vários bairros temos matilhas de cachorros andarilhos revirando lixo em Porto Velho. Uma situação realmente lamentável que se arrasta também em outras cidades rondonienses.
Carlos Sperança