Cortes ou investimentos?
No mundo em guerras e com a próxima posse do assustador Donald Trump na presidência dos EUA, ameaçando os países exportadores que não obedeçam às suas imposições, seria impossível o Brasil não sofrer os efeitos dessas adversidades.
Para tentar se proteger dos problemas já em curso ou prestes a eclodir, o país priorizou a reorientação das finanças, evidenciada pelo pacote de cortes de gastos em estudo no Congresso. No entanto, a conjuntura mundial tensa, que leva o Brasil a apertar o cinto, põe a nu a realidade nacional, bem diferente do senso comum de que o governo governa. O governo, no máximo, planeja. A execução, de fato, depende do Congresso e da Justiça.
Não existiu, portanto, um governo Bolsonaro, nem existe um governo Lula, apesar da propaganda dos adeptos, convertidos e fanáticos dos dois. O que existe, na realidade, quando se põe a propaganda de lado, é o controle absoluto do Centrão e a mediação da Justiça.
Por isso, não interessa, para a arrancada da Amazônia rumo à participação decisiva no futuro do Brasil, a combinação dos problemas mundiais com as incertezas, meias-verdades e disputas entre grupos que se pretendem hegemônicos no país. A floresta não pode sofrer com os efeitos de guerras malucas distantes, nem com as disputas infantis entre facções internas. Precisa de união nacional, e não de guerras entre irmãos. Requer mais recursos para investimentos, e não cortes.
A migração
A intensa migração de trabalhadores rondonienses para os estados do Paraná e Santa Catarina, para completar quadros de funcionários na construção civil, frigoríficos, cooperativas, laticínios, entre outros segmentos, desfalcou seriamente Porto Velho de operários.
Ficou difícil encontrar pintores, carpinteiros e pedreiros para eventuais reparos nas residências neste final de ano. Quando se consegue a contratação, os preços das diárias estão altos. Pior ainda é a contratação de caseiros para chácaras e fazendas na região metropolitana, que também estão em falta.
Em colapso
Não fosse a presença de haitianos e venezuelanos nos polos regionais do Paraná, como em Cascavel, que vivencia uma explosão de crescimento, até o comércio lojista estaria em colapso. As lojas de roupas, supermercados e de eletrodomésticos se expandem na busca por funcionários e não conseguem. Reclamam que os jovens não querem trabalhar.
Com salários mais compensadores, segue a migração dos trabalhadores rondonienses para os municípios polos do Paraná e Santa Catarina, desfalcando ainda mais nossa região, a exemplo do segmento da construção civil.
Nosso turismo
Não temos como fomentar o turismo em Rondônia sem resolver o problema enfrentado com as companhias aéreas. Os preços das tarifas são exorbitantes, temos falta de voos, os horários são irregulares, entre outros problemas.
Com isso, os esforços do governo de Rondônia e da prefeitura de Porto Velho para desenvolver o setor turístico não alcançam os objetivos. As atrações existentes em Porto Velho e Guajará-Mirim, relativas à histórica Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, não conseguem atrair turistas de outras regiões. No interior, os hotéis-fazenda conseguem algum sucesso em Cacoal e Ouro Preto do Oeste com visitantes do Mato Grosso e do Acre.
Disputa renhida
Na disputa renhida para as oito cadeiras na Câmara dos Deputados, formada por um bando de inúteis, nas eleições de 2026, é segura a renovação desses quadros.
A próxima bancada poderá contar com nomes de proa da política rondoniense, entre eles o atual prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), o ex-prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (PSB), o ex-ministro e ex-senador Amir Lando (MDB), o deputado estadual Laerte Gomes (PSD-Ji-Paraná), entre outros nomes de reconhecida competência, mais preparados para embates importantes, como os das companhias aéreas e das obras federais paralisadas.
Caos generalizado
A rodoviária provisória de Porto Velho se transformou em um caos generalizado, e as coisas pioraram ainda mais com o início do inverno amazônico, cujas chuvas têm causado sérios transtornos aos permissionários e passageiros.
Não bastasse, ainda há o problema dos drogados que se instalaram nas proximidades, assaltando os transeuntes mais incautos. É um perigo para quem transita à noite naquelas bandas, pois o risco de perder o celular ou até a própria mala de viagens é muito grande. Que a rodoviária nova seja logo inaugurada, com mais segurança para a população.
Em conflito
A população de Candeias do Jamari, cidade satélite de Porto Velho, precisa se benzer e escolher melhor seus representantes. O prefeito reeleito Lindomar Garçom e os vereadores já estão em conflito novamente.
Nos últimos anos, vários prefeitos foram cassados por malversação, e Garçom, pode ter o mesmo destino de tantos outros que tiveram seus mandatos encerrados. Gente, que maldição foi lançada sobre Candeias? Que sortilégios para tanta desgraceira com seus prefeitos de mão grande? É coisa de louco!
Via Direta
*** O presidente reeleito da OAB-RO, Márcio Nogueira, está cotado para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo PSD. Trata-se de uma liderança emergente que entra no jogo político.
*** Muitos vereadores bem eleitos às 24 cadeiras da Câmara Municipal de Porto Velho já estudam postulações à Assembleia Legislativa. A Casa de Leis estadual tem tradição em emplacar deputados, uns dois ou três por temporada. *** Ainda meio perdido pelas derrotas nas eleições municipais, o PT manteve encontros regionais na semana passada para definir seu futuro. Em Rondônia, o PT precisa se mostrar mais ativo, pelo menos para encaminhar boas alianças para 2026.
Carlos Sperança