Usar o que é bom
As primeiras informações de ataques rebeldes sírios se aproximando de Damasco sinalizavam para meses de combates sangrentos, mas se resolveu em poucos dias, sem sangue, apenas com a inteligência diplomática, pondo fim a uma ditadura de meio século. Será que a inutilidade da guerra na Ucrânia pôs juízo nas cabeças dos líderes mundiais? Ou é a tecnologia para fins militares que simula resultados concretos a ponto de aconselhar negociações para evitar prejuízos?
A teoria do juízo nas cabeças dos líderes políticos mundiais fica para ser testada no futuro, mas é fato que a tecnologia já permite avaliar resultados concretos a partir da observação da realidade. No caso do satélite CBERS-6, adquirido pelo Brasil junto à China, ele cumpre as duas funções. Na política, dá um chega para lá nos interesses europeus e estadunidenses que acusavam o Brasil de não ter capacidade para proteger a Amazônia. Chegaram a propor um "corredor ambiental" controlado por estrangeiros.
Do ponto de vista militar, além de refrear os apetites alienígenas é um mecanismo de qualidade para a proteção do território, abundante em águas e outras riquezas minerais, como o petróleo. Há quem torce o nariz para a origem do satélite, a China, mas se o Brasil fosse proibir inovações produzidas em outros países a Polícia Federal não teria o equipamento israelense que recupera dados apagados de celulares de golpistas e outros criminosos.
Pesquisando o cenário
Desde que foi eleito vereador por Cacoal em 82 e prefeito em Rolim de Moura em 1984 são mais de quarenta anos na vida pública do ex-governador e ex-senador Valdir Raupp. Nos bastidores se fala que está pesquisando o cenário político para sua volta nas eleições de 2026, seja na peleja de uma cadeira ao senado ou uma vaga Câmara dos Deputados. Raupp sempre soube reagir as derrotas (duas ao governo do estado e uma ao Senado) e tem uma trajetória vitoriosa na política rondoniense. O que o jogou ao ostracismo foi o confronto com Confúcio Moura e o divisionismo no MDB.
Políticos rolimorenses
Outros políticos rolimorenses analisando o quadro político estadual são o ex-governador Ivo Cassol (PP) e o ex-senador Expedito Junior (PSD). No caso de Ivo, ele se salvando das amarras da justiça eleitoral disputará o CPA,. Tratando-se de Expedito Junior (PSD), ele articula a candidatura do prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD) ao governo estadual e do seu filho Expedito Neto a Câmara dos Deputados. Também não descarta uma postulação ao Senado, confirmando-se o divisionismo das candidaturas já que conta com um eleitorado fiel.
Briga de clãs
Na região de Vilhena e Cone Sul rondoniense teremos também brigas entre clãs políticos. O clã Donadon buscando a recondução da deputada estadual Rosangela Donadon e a Câmara dos Deputados, o ex-deputado federal Natan Donadon, enquanto o clã Neiva de Carvalho mais uma reeleição do deputado estadual Ezequiel Neiva e seu filho Viveslando Neiva de Carvalho, por sinal bem votado nas últimas eleições estaduais a Câmara dos Deputados. O clã nasceu em Cerejeiras em 1984, com a eleição do prefeito Adelino Neiva e nos anos seguintes se espichou na região.
Novas lideranças
Com tanto dinheiro destinado aos deputados federais, através do fundão eleitoral, fica até difícil o nascimento de novas lideranças, nos confrontos com quem está no poder. No entanto, se aposta muito na volta do ex-prefeito Jesualdo Pires (PSB) na política, emplacando uma cadeira a Câmara dos Deputados em 2026. Também, em alta o vereador Rafael fera, em Ariquemes com excepcional votação em 2022, sinaliza uma peleja poderosa com o atual deputado federal Thiago Flores, no Vale do Jamari. Em Porto Velho, o presidente reeleito da OAB Márcio Nogueira já é considerado um nome de ponteira a Câmara dos Deputados.
Muitos predadores
Enquanto no interior é tido como certa uma derrota do deputado federal Lebrão, na capital teremos uma situação difícil para os atuais deputados federais Cristiane Lopes (União Brasil), Coronel Crisóstomo (PL) e Mauricio Carvalho (União Brasil). Além de lideranças emergentes, como Márcio Nogueira , a disputa em Porto Velho poderá contar com o prefeito Hildon Chaves (PSDB), sem dúvidas com grande apoio do eleitorado local e da ex-juíza Euma Tourinho (MDB) muito bem votada na eleição a prefeitura local.
Nossos federais
Tratando-se dos deputados federais rondonienses três seriam reeleitos com um pé nas costas. De Porto Velho, Fernando Máximo, de Ouro Preto do Oeste, Lucio Mosquini, de Ji-Paraná, uma deputada. No entanto, todos os três têm projetos diferenciados para o pleito de 2026: Máximo pretende uma cadeira ao Senado, Lucio Mosquini disputar o governo estadual e Silvia Cristina uma cadeira ao Senado. Essas decisões vão abrir caminho para o surgimento de outras lideranças no interior do estado no próximo pleito.
Eleições 2026
Como nos estados onde já se vê uma antecipação a corrida eleitoral para 2026 já se falam nos pretensos candidatos à Presidência da República no próximo pleito. Com o ex-presidente Jair Bolsonaro considerado inelegível e o atual presidente Luís Inácio Lula da Silva com idade avançada - beirando os 80 e terá 82 no ano da peleja pelo Palácio do Planalto - já se falam nos nomes dos filhotes do bolsonarismo - o filho Eduardo, a esposa Michele, os governadores de São Paulo Tarcísio de Freitas, de Minas Zema, de Goiás Ronaldo Caiado, e do Paraná Ratinho Junior - e numa provável candidatura do ministro da fazenda Fernando Hadadd pelo Lula petismo.
Via Direta
* O municipalismo brasileiro se movimenta para combater a reforma tributária. Os prefeitos e suas entidades representativas fizeram as contas e constataram que os municípios vão ser mais uma vez prejudicados com a concentração dos tributos pela União * Algumas operações da Polícia Federal estão tirando o sono de políticos graduados em Rondônia. O bicho está pegando para a malversação de recursos através de emendas parlamentares * Os políticos rondonienses não se emendam * Só pioram os atrasos nos aeroportos brasileiros e o de Porto Velho também atingido com voos lotados e atrasados. Uma alta temporada de lascar para os passageiros da terrinha.
Carlos Sperança