Porto Velho (RO)21 de Dezembro de 202413:23:09
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Colunas | Carlos Sperança

O mundo entrará em 2025 com mudanças cruciais em relação à década anterior

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Mudanças necessárias

O mundo entrará em 2025 apresentando mudanças cruciais em relação à década anterior. Nesse caso, é essencial definir o papel da Amazônia no novo cenário, com ditaduras caindo, o bloco Brics forçando a desdolarização e os EUA se impondo por seu mercado e não pela força, como é desde a II Guerra Mundial.

O Brasil, por sua vez, deixa de depender das vontades do presidente, como já vem ocorrendo desde Michel Temer, com a afirmação na prática do modelo semipresidencialista - ou semiparlamentarista. A Amazônia fecha 2024 com o pior desmatamento em 15 anos, árvores gigantes desabando pelos fortes ventos causados pelo aquecimento, rios secando, mortandade de peixes, incêndios extremamente destrutivos, potencialização dos efeitos dos agrotóxicos, o crime organizado controlando territórios e anéis de pobreza cercando as cidades.

Quem tapa os olhos para essa realidade não é só negacionista - é como a avestruz, que frente ao perigo enfia a cabeça num buraco na ilusão de que não vendo a ameaça ela deixará de existir. Como é certo que o mundo e o Brasil estão mudando, também é certo que precisarão mudar suas formas de considerar a floresta.

Ela é, sem dúvida, patrimônio de seus povos, mas também faz parte do conjunto nacional e mundial de proteção e aproveitamento que vai assegurar a melhoria do clima em uma sociedade (e respectiva economia) menos injusta.

Todo direito

O prefeito Hildon Chaves (PSDB) tem todo o direito de inaugurar a nova rodoviária de Porto Velho, idealizada por ele, com recursos da municipalidade e de emendas parlamentares da então deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil). O CREA e o Tribunal de Contas já se posicionaram contra a iniciativa. Hildão está recorrendo na justiça para ter o direito de inaugurar. Em último caso, teremos uma inauguração para fazer valer a autoria da obra com o atual prefeito e outra quando a nova rodoviária estiver em condições de funcionamento, de fato, com o prefeito eleito Leo Moraes.

Na história

Desde a primeira eleição pelo voto direto em Porto Velho, na condição da capital do estado de Rondônia em 1985, vários prefeitos tentaram buscar o cargo de governador. No entanto, só o primeiro, o goiano Jeronimo Garcia de Santana, se tornou governador - o primeiro também pelo voto direto - na eleição de 1986 na sensacional revanche contra o então senador Odacir Soares o campeão de votos ao Senado em 1982. De lá para cá alguns prefeitos tentaram galgar o Palácio Presidente Vargas, até então sede do governo estadual, mas não foram bem-sucedidos. Casos dos alcaides expressivos, como José Guedes (PSDB) e Chiquilito Erse (PDT).

Nova tentativa

O próximo prefeito de Porto Velho a tentar o governo estadual é Hildon Chaves (PSDB), também presidente da Associação Rondoniense dos Municípios. É um nome forte, considerado imbatível na capital em qualquer confronto contra outro adversário, mas precisando reforçar suas paliçadas no interior rondoniense, onde se concentram mais de dois terços do eleitorado do estado.

Prefeitos no poder

Boa parte dos governadores eleitos em Rondônia, desde o primeiro pleito do estado em 1986, foram prefeitos. Jeronimo Santana, prefeito de Porto Velho, Valdir Raupp, prefeito de Rolim de Moura, Jose Bianco, prefeito de Ji-Paraná, Ivo Cassol prefeito de Rolim de Moura, Confúcio Moura, prefeito de Ariquemes. Destes apenas Cassol e Confúcio foram reeleitos. Na eleição de 2026 vários ex-prefeitos podem entrar na peleja. Além de Hildon Chaves, de Porto Velho, Adailton Fúria de Cacoal -neste caso ele deixaria o cargo para concorrer - os próprios ex-governadores Ivo Cassol e Confúcio Moura que foram prefeitos respectivamente em Rolim e Ariquemes.

Opção por federais

Como curiosidade histórica na política, Porto Velho tem dado prioridade para a escolha de deputados federais desde o Palácio Tancredo Neves nos anos 80. Jeronimo Santana, Jose Guedes, Chiquilito Erse, Carlinhos Camurça e Mauro Nazif predominaram. As exceções foram Roberto Sobrinho e o atual prefeito Hildon Chaves, que não foram deputados federais, curiosamente, ambos sendo reeleitos, frutos de efeitos manadas de última hora, como também foi o caso do prefeito eleito recentemente Leo Moraes, também um ex-deputado federal, que começa seu mandato em janeiro. Lembrando que o favorito para a capital no pleito deste ano era Fernando Máximo, apunhalado pelo seu próprio partido.

As facilidades

Talvez a escolha pela população de Porto Velho por deputados federais tenha a ver com as facilidades que eles encontram em buscar recursos de emendas parlamentares, oriundas de recursos federais. Chiquilito Erse, por exemplo soube ser pragmático para obtenção de verbas estaduais (teve apoio de um adversário político, Jeronimo Santana) e outro exemplo é o atual prefeito Hildon Chaves, um grande estrategista nas relações com o governo do estado e as esferas federais, seja com a bancada federal ou nos ministérios, onde perambula com desenvoltura.

Via Direta

*** Na versão relatada pelo governo de Rondônia a criminalidade diminuiu, mas nas ruas o que se vê é alguma coisa bem diferente: uma segurança pública em colapso *** Expectativa enorme do comercio lojista da Av. 7 de Setembro, no centro histórico, para a extinção do corredor de ônibus a partir de janeiro. A falta de vagas para estacionamento tem sido um grande empecilho para os comerciantes *** As licitações para a coleta de lixo têm sido fraudadas em várias regiões do País. Em Rondônia, volta e meia temos prefeitos envolvidos em propinas pelas empresas *** O crime organizado chegou com força e tem vencido licitações também em outros segmentos.

Carlos Sperança

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