Força aos municípios
Raramente se fala em fortalecer o pacto federativo, expressão que para a maioria da população é como falar no "reino dos céus": algo que poucos sabem o que é, embora muitos tenham certeza de que sabem. Basicamente, o PF é a união dos estados, municípios e Distrito Federal em um Estado democrático de direito, com autonomia para cada um e obrigações bem definidas para todos.
Não é o presidente mandando nos estados e municípios nem o Executivo dando ordens ao Congresso ou manipulando a Justiça. A Constituição explica bem que há autonomia e não subordinação. A complementaridade e parcerias dependem da boa política - e ela não é eleitoral, aliás. Quando se tem a consciência de que os Estados não são controlados pelo presidente, os municípios não são pintinhos pertencentes à galinha-Estado ou à granja-União se pode compreender melhor do papel dos entes.
Depende dessa consciência entender a importância do recente encontro nacional de prefeitos pautado nos Planos de Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira. Especificamente, a oficina Fronteiras da Amazônia - Arco Norte e Rondônia apontou que os 97 municípios autônomos da fronteira, nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima, podem funcionar melhor integrando as políticas que interessam às suas comunidades. A faixa de fronteira é onde o Brasil melhor deve funcionar, afirmando a identidade nacional.
Clãs em ação
Lideranças de três clãs políticos regionais brigam pela hegemonia no Cone Sul rondoniense, colonizado por migrantes sulistas, nas eleições do ano de que vem. De um lado, um grupo liderado pelo ex-prefeito Melki Donadon, que terá o mano Natan na peleja a Câmara dos Deputados e a cunhada Rosangela na busca novamente da Assembleia Legislativa. Em ascensão, o segundo clã político é liderado pelo deputado estadual Ezequiel Neiva de Carvalho, filho de um ex-prefeito de Cerejeiras, que terá seu primogênito Wiveslando na disputa de uma vaga a deputado federal. O terceiro grupo é liderado pelo deputado estadual Luizinho Goebel, já na sua quarta legislatura com grande influência nas eleições dos prefeitos na região.
Faro apurado
O ex-senador Expedito Junior possui um faro incrível para eleger desconhecidos, casos do ex-governador Ivo Cassol e do ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves. Tão habilidoso que já instalou um sobrinho na administração do atual prefeito Leo Moraes e algumas indicações na municipalidade. Voltando a Cacoal, vejo razão de ser na aposta de Expedito que é o prefeito Adailton Fúria: é jovem, bom administrador e com toda sua região unida no projeto de elege-lo governador. Lembrando que quando Cacoal, a região do café e a Zona da Mata se unem, elege um governador na certa.
Boas qualidades
Fúria tem grandes qualidades, já que não tem o extremismo canino- bolsonarista de Marcos Rogério, tampouco a rejeição dos evangélicos a Hildon Chaves, o desgaste do lulopetismo-emedebista de Confúcio, e muito menos o cipoal de rabos amarrados de Sergio Gonçalves. Um nome promissor na política rondoniense. Mas ao meu ver, na capital, onde estão concentrados dois terços do eleitorado de Rondônia, o problema para Fúria decolar é justamente o seu mentor, o ex-senador Expedito Junior. Por aqui seu apoio não é nem um pouco palatável e por esta condição foi escondido em campanhas de Ivo Cassol e Hildon Chaves que o abandonaram miseravelmente. Será que Fúria será obrigado a esconder o apoio de Expedito na capital também?
Sem extremismos
O ex-governador Confúcio Moura, atualmente destacado senador do MDB no cenário nacional, se posiciona como político de centro e se manifesta contra extremismos, seja de esquerda ou de direita. Se posicionando como uma alternativa de centro, quer ficar de fora do mar de lama que vem por aí envolvendo renhidas disputas entre as forças bolsonaristas, que de um lado terá Sergio Gonçalves disputando o governo estadual e de outro o combativo senador Marcos Rogério, oposição declarada ao Centro Político e Administrativo de Rondônia.
Via Direta
***Já livre das pendengas com a justiça, sendo absolvido em todos os níveis, o ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho vai se animando para as eleições de 2026. Acredita-se que deverá disputar uma cadeira a Câmara dos Deputados pela frente formada pela Caravana Esperança *** O vice-governador Sergio Gonçalves está mais perdido do que surdo em bingo, depois do pito recebido do governador Marcos Rocha na sua volta de Israel onde teria travado uma baita e corajosa luta com os misseis iranianos escondido num abrigo subterrâneo *** Nosso governo estadual está se afundando para as eleições do ano que vem e está difícil de colar todos os cacos desta implosão.
Carlos Sperança