Porto Velho (RO)05 de Julho de 202516:01:45
EDIÇÃO IMPRESSA
Colunas | Carlos Sperança

Enquanto o ouro aflora, a natureza definha

Confira a coluna


Ouro para todos

Tudo que acontece em cada canto do mundo é de imediato comunicado ao conjunto do globo. Para espanto principalmente de quem sofre o mês inteiro para pagar dívidas infladas por juros altíssimos, cientistas da Universidade de Göttingen, Alemanha, confirmados por cientistas britânicos e norte-americanos, revelaram que metais preciosos, entre eles o ouro, estão "vazando" do núcleo da Terra e subindo até a crosta terrestre. Além de ouro, platina e rutênio estão entre os metais vazados.

Não estranhe, portanto, se seu quintal vazar ouro. O planeta está como leite fervido transbordando. Dizem que há tanto ouro no centro da Terra que se ele viesse à superfície daria para cobrir todo o globo terrestre com uma crosta de meio metro. É uma notícia importante demais para ignorar e com certeza quem tiver ouro brotando como grama no quintal cuidará dele com atenção.

Por outro lado, uma riqueza que vale ainda mais que ouro e já está sobre a terra é ignorada, segundo outra notícia: as populações de animais dispersores de sementes vêm diminuindo drasticamente, enfraquecendo as florestas. As proporções são altíssimas: as árvores da Amazônia (90%), da Mata Atlântica (90%) e do Cerrado (60%) dependem desses animais para espalhar as sementes, garantir sua reprodução e manter a floresta em pé, mas não se nota grande cuidado para preservá-los. É uma riqueza que já brotou e não virá por acaso, mas é desperdiçada.

Sucessão em jogo

Assim como em Rondônia, onde governador Marcos Rocha (União Brasil) vai sair do Palácio Rio Madeira para disputar o Senado, no vizinho Acre o mandatário Glason Camelli também anunciou que deixa seu governo estadual também em abril para buscar uma cadeira ao Senado. Por coincidência os dois vices, o de Rondônia, Sergio Gonçalves e do Acre Mailza de Assis, entram na disputa aos governos estaduais já buscando a reeleição. Também por coincidência ambos não terão apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em Rondônia o nome ungido pelo mito ao CPA é o de Marcos Rogério, no Acre, para o Palácio Rio Branco, o senador Marcos Bittar, ambos do PL.

Aposta de Rocha

Em Rondônia, como já foi anunciado, a aposta do governador Marcos Rocha (União Brasil) é galgar uma das duas cadeiras ao Senado. O retrospecto dos governadores que disputaram o Senado em Rondônia é dos melhores. Tanto os governadores Valdir Raupp, como Ivo Cassol e Confúcio Moura emplacaram, em momentos diferentes, cadeiras no Senado. Bianco antes de se eleger governador também foi senador. Mas Rocha não contava com o punhal da traição de Bolsonaro, que já fixou alinhamento para a peleja das duas cadeiras ao Senado para o pecuarista Bruno Scheidt (Ji-Paraná) e o deputado federal Fernando Máximo (Porto Velho).

No Amazonas

O quadro sucessório no Amazonas é um replay do que está em curso nos estados de Rondônia e Acre. O governador Wilson Lima já admite que deixará o governo estadual, para disputar uma cadeira ao Senado, deixando o restante do seu governo para o vice Tadeu da Souza Silva, que por sua vez vai disputar o governo amazonense. Ambos já estão se preparando. No Amazonas dois nomes vão liderando a disputa as duas cadeiras ao senado: O senador Eduardo Braga, ex-governador e o atual governador Wilson Lima, dois nomes de peso na política do vizinho estado.

Garimpo ilegal

A justiça federal determinou que a União, o governo de Rondônia e a Agencia Nacional de Mineração fiscalizem e combata com medidas efetivas para conter o garimpo ilegal de cassiterita na fazenda Marechal Rondon, em Campo Novo de Rondônia que vem ocorrendo há mais de 10 anos. As ações vão atender pedido do Ministério Público Federal que entrou com ação civil pública para evitar os danos ambientais na região. O garimpo clandestino já provocou desmatamento, desvios de cursos de igarapés e contaminação do solo. Rondônia vai mal no combate aos danos do meio ambiente. E quem se atreve a defender a natureza, leva pau das forças conservadoras.

Aporte de recursos

Recentemente a Assembleia Legislativa de Rondônia, que tem feito a sua parte destinando recursos para a segurança pública, destinou novo aporte de verbas para este setor. O último aporte é de R$ 16 milhões aprovado pelos parlamentares. No entanto a segurança pública rondoniense continua sem rumo, não melhora e o crime organizado tomou conta do estado. Espera-se que todos estes recursos sejam bem aplicados. Infelizmente a classe política não fiscaliza o destino das verbas liberadas. A oposição (?) precisa agir com mais rigor nesta fiscalização.

Via Direta

 * Vai chegando mais uma eleição e o governador Marcos Rocha volta a falar em melhorias da saúde com reformas no Hospital João Paulo II e aquisição de mais outro estabelecimento hospitalar na capital * Como se sabe, a esfera da saúde está em colapso no estado, como também esteve nas gestões anteriores. Dificilmente o próximo governador vai conseguir também resolver esta situação * Em Rondônia é tradicional os políticos disputarem a paternidade de obras anunciadas. Preparam-se para a peleja da paternidade da obra do aeroporto de Ji-Paraná, o governador Marcos Rocha, o senador Marcos Rogerio e alguns deputados federais * Por falar em paternidade de cadê a ponte binacional em, Guajará Mirim? Ali em muitos pais, poucas obras.

Carlos Sperança

PUBLICIDADE
Postagens mais lidas de Carlos Sperança
Últimas postagens de Carlos Sperança