O recém-divulgado Índice de Progresso Social 2024 (IPS), levantamento feito, entre outras instituições, pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e a Fundação Avina, lança luz sobre uma realidade alarmante: Porto Velho, capital de Rondônia, figura como a cidade com a pior qualidade de vida entre todas as capitais brasileiras. Este resultado é um grito de socorro de uma população que enfrenta desafios diários em aspectos fundamentais da vida urbana.
Com um IPS de 57,10, Porto Velho demonstra fragilidades críticas em áreas essenciais. O saneamento básico, pilar fundamental da saúde pública, apresenta um índice vergonhoso de 32,93. Mais chocante ainda é saber que apenas 9,89% da população tem acesso ao tratamento de esgoto. Esta situação, além de comprometer a saúde dos cidadãos, representa também um retrocesso inaceitável em pleno Século XXI.
A segurança pessoal, outro direito básico, está em frangalhos, com um índice de 39,57. Os porto-velhenses vivem sob a constante ameaça da violência, um fator que mina não apenas o bem-estar individual, mas também o tecido social da comunidade.
O meio ambiente, nosso lar coletivo, sofre igualmente. Com uma média de 43,29, um dos piores índices do país, a cidade falha em proteger seus recursos naturais e garantir um ambiente saudável para seus habitantes. Isto não só afeta a qualidade de vida atual, mas hipoteca o futuro das próximas gerações.
As liberdades individuais, essenciais para uma sociedade democrática e próspera, também estão sob ameaça, com Porto Velho apresentando o segundo pior índice entre as capitais (49,89). Este dado sugere um ambiente onde os cidadãos não se sentem plenamente livres para exercer seus direitos e expressar suas individualidades.
É imperativo que as autoridades locais e estaduais encarem estes dados como um chamado à ação imediata. Não podemos mais adiar investimentos massivos em infraestrutura, especialmente em saneamento básico. A segurança pública precisa ser reformulada, com estratégias eficazes de prevenção e combate ao crime. Políticas ambientais robustas devem ser implementadas para preservar os recursos naturais da região.
Além disso, é crucial fomentar um ambiente que respeite e promova as liberdades individuais, essenciais para o desenvolvimento humano e econômico. A sociedade civil deve se mobilizar, exigindo transparência e ação dos governantes.
Porto Velho e Rondônia têm potencial para muito mais. É hora de transformar estes dados alarmantes em combustível para uma mudança real e duradoura. O progresso social não é um luxo, mas um direito de todos os cidadãos. A capital rondoniense merece e precisa urgentemente de um novo capítulo em sua história.
Diário da Amazônia