Porto Velho (RO)07 de Junho de 202519:06:22
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Rondônia amplia vigilância e reforça biossegurança nas granjas locais

Confira o editorial


A confirmação da morte de um irerê, espécie de pato, por influenza aviária (H5N1) no Zoológico de Brasília, representa um marco preocupante para o cenário sanitário nacional. O episódio resultou no fechamento imediato do zoológico, após duas aves silvestres serem encontradas mortas, e reforçou o alerta para a circulação do vírus em território brasileiro. O Governo do Distrito Federal confirmou, na última terça-feira, a presença do vírus de alta patogenicidade, fato que levou estados como Rondônia a redobrarem a atenção às medidas de prevenção, principalmente no setor avícola.

O contexto não poderia ser mais delicado. A influenza aviária é uma doença que, apesar de rara em humanos, pode trazer consequências graves para a saúde pública e para a economia. Nos países vizinhos, o aumento de casos serve como um alerta adicional, já que o Brasil se destaca internacionalmente como um dos maiores exportadores de carne de frango. Um surto descontrolado poderia desencadear restrições comerciais, abate massivo de aves e prejuízos econômicos de grande escala, afetando desde grandes produtores até pequenos criadores e trabalhadores rurais.

Diante desse cenário, a postura das autoridades sanitárias, como a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), é prudente e necessária. Orientar os produtores a reforçarem as práticas de biossegurança não é apenas uma recomendação burocrática, mas uma estratégia fundamental para conter o avanço da doença. Entre as principais medidas estão o controle rigoroso de acesso às granjas, a higienização adequada de equipamentos e veículos, o isolamento de aves recém-adquiridas, a vigilância constante dos plantéis e a comunicação imediata em caso de sintomas suspeitos.

No entanto, é importante destacar que o combate à influenza aviária exige mais do que ações técnicas. É fundamental uma comunicação clara, transparente e responsável, para evitar o alarmismo e o pânico, que podem gerar consequências negativas para a cadeia produtiva e para o consumo de produtos avícolas. O equilíbrio entre vigilância rigorosa e informação precisa é o caminho para proteger tanto a saúde coletiva quanto o setor econômico.

A experiência de outros países mostra que a resposta rápida e coordenada, aliada ao envolvimento de todos os elos da cadeia produtiva, pode mitigar significativamente os impactos de uma possível epidemia. Isso inclui não apenas a atuação governamental, mas também o compromisso dos produtores e a conscientização da sociedade sobre a importância de não manipular aves doentes ou mortas e de comunicar imediatamente qualquer ocorrência suspeita.

A situação demanda, portanto, serenidade e responsabilidade. O momento é de vigilância, não de pânico. É preciso agir com base em evidências científicas, investindo em prevenção, monitoramento e preparação para eventuais emergências. A avicultura brasileira, que tanto contribui para a economia e a segurança alimentar, depende desse esforço conjunto e contínuo para enfrentar os desafios impostos pela influenza aviária.

Diário da Amazônia

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