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Garantir alimentos seguros é responsabilidade central de qualquer política pública voltada à promoção da saúde e da qualidade de vida da população. Nesse sentido, o fortalecimento dos programas de monitoramento de resíduos de agrotóxicos representa um passo essencial para assegurar que o alimento que chega à mesa dos rondonienses esteja livre de contaminações que possam comprometer a saúde.
A integração de Rondônia ao Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), coordenado em âmbito nacional, evidencia o reconhecimento da importância desse trabalho. Embora ainda limitado em sua abrangência, com Porto Velho como único município atualmente engajado nas coletas, o esforço revela compromisso com a segurança alimentar, especialmente considerando os desafios logísticos que o estado enfrenta.
O balanço mais recente das análises conduzidas mostra que a maioria dos alimentos examinados apresenta níveis satisfatórios de resíduos. Esse é um dado positivo e demonstra que parte significativa da produção respeita os limites estabelecidos. Ainda assim, o fato de algumas amostras apontarem não conformidades indica que o trabalho de fiscalização e conscientização não pode ser negligenciado.
A logística para a realização dessas análises, que inclui o transporte de amostras para laboratórios localizados em outros estados, é onerosa e complexa. Exige investimentos em estrutura adequada, pessoal qualificado e protocolos rigorosos para garantir a integridade do material coletado. Essas dificuldades, porém, não devem servir de obstáculo para a ampliação do programa.
É necessário que mais municípios rondonienses integrem-se ao programa, a fim de garantir uma amostragem mais representativa da realidade estadual. A segurança alimentar é uma responsabilidade coletiva, e a ampliação da participação municipal fortalecerá tanto a vigilância sanitária quanto a credibilidade dos alimentos produzidos localmente.
Além do monitoramento, é imperativo que o resultado das análises seja utilizado de forma educativa. Em vez de punir indiscriminadamente, é preciso orientar produtores, capacitar trabalhadores rurais e incentivar boas práticas agrícolas. A redução do uso indevido de agrotóxicos passa, sobretudo, pela disseminação de informações corretas e acessíveis.
O cenário nacional demonstra que, embora a maioria dos alimentos analisados esteja dentro dos padrões, ainda há um percentual preocupante de produtos com resíduos inadequados. Em Rondônia, os números atuais são encorajadores, mas o estado não pode se acomodar. A preparação para a nova fase do programa em 2025 é uma oportunidade para ampliar a rede de monitoramento e reforçar o compromisso com a saúde pública.
Portal SGC