Brasil faz consultas aos EUA sobre encontro de Lula e Trump
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A diplomacia brasileira já fez consultas aos Estados Unidos sobre quais devem ser os próximos passos para que haja uma conversa por telefone ou por videoconferência entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A consulta, segundo relatado à CNN, ocorreu na última sexta-feira (26), dia em que a comitiva presidencial brasileira desembarcou em Brasília após a viagem aos Estados Unidos. A expectativa é de que a Casa Branca ofereça uma data, a ser avaliada pelo Palácio do Planalto, para que o encontro ocorra.
Questionado sobre a consulta, o Itamaraty disse à CNN que não comentaria a informação.
Nesta terça-feira (30), completa-se uma semana do gesto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Lula, na Assembleia Geral da ONU. O Brasil mantém extrema cautela em relação ao encontro e trabalha, inicialmente, em um telefonema ou videoconferência para, em uma fase seguinte — a depender do sucesso desse primeiro contato entre Trump e Lula —, evoluir para um encontro pessoal.
Na semana passada, foi aventada a possibilidade de um encontro durante uma reunião de chefes de Estado na Indonésia ou até mesmo na residência de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida. No entanto, isso só ocorrerá se a primeira interação por telefone ou videoconferência entre ambos for bem-sucedida.
Além disso, o Brasil considera essencial que haja uma pausa nas sanções americanas contra autoridades brasileiras. A última ocorreu na segunda-feira, 22 de setembro, véspera do gesto de Trump a Lula na ONU. Desde então, elas cessaram.
Apesar do contato já feito, o Brasil não quer passar aos americanos a ideia de que há pressa para que a conversa se realize, nem que uma data oferecida pelos americanos automaticamente seria acatada pelos brasileiros. Ela dependeria, basicamente, da agenda de Lula, que toda semana cumpre compromissos fora de Brasília. Nesta semana, por exemplo, ele irá a Belém (PA) para entregar obras da COP.
Há expectativa, porém, de que a conversa ocorra em outubro. Uma fonte diretamente ligada às negociações disse à CNN que a organização de um diálogo entre dois chefes de Estado costuma levar de uma a duas semanas.
Fontes relataram à CNN que a agenda de Trump é volátil e que o foco dele, desde o final da semana passada, tem sido o conflito em Gaza. Nessa segunda-feira (29), ele apresentou um plano para a resolução do conflito ao lado do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu.
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