Porto Velho (RO)24 de Julho de 202522:10:40
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Diário da Amazônia

Sem herdeiros políticos, grande parte dos ex-prefeitos de Porto Velho está quase afastada do cenário eleitoral

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Foto: Reprodução

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Amizades rompidas

Os presidentes Donald Trump e Lula da Silva se arriscam a passar à história como os destruidores da amizade entre EUA e Brasil, que vem desde a Independência. O primeiro por simular fingida preocupação com assuntos que não apresentam problemas aos americanos, como o Pix e vendas de camelôs. O segundo por transformar o caso em assunto político-eleitoral, mesmo sabendo que os EUA não atacam o Brasil por causa de Jair Bolsonaro, mas por seu peso na coesão dos BRICs.

Outra amizade em risco, sem que Trump e Lula tenham culpa nesse caso, é o ataque desfechado contra o Brasil pela União Europeia, pela voz da deputada Anna Cavazzini, da frente verde, principal analista das relações entre seu continente e a América do Sul. Minutos depois da aprovação pelo Congresso brasileiro das alterações no licenciamento ambiental ela partiu para as redes afirmando que elas ameaçam "acelerar o desmatamento e minar a proteção ambiental na floresta amazônica".

Para ela, a alteração "marca um dia sombrio para as comunidades indígenas e para a luta global contra as crises climática e de biodiversidade". Provavelmente a reação furiosa da parlamentar europeia se deva ao nome (Lei da Devastação) que os ambientalistas brasileiros deram às mudanças. Mesmo que não seja para tanto, é uma bronca séria demais entre a UE e o Brasil, praticamente às vésperas da COP30.

Os ex-prefeitos

Sem herdeiros políticos em cargos eletivos, a grande parte dos ex-prefeitos de Porto Velho está quase afastada do cenário das pelejas eleitorais, mas projetando novos rumos em 2026. Tanto Sebastião Valadares, como Tomás Correia, José Guedes, Mauro Nazif e Roberto Sobrinho estão examinado possibilidades. Tomás ainda participa das atividades do seu MDB, Mauro Nazif vai buscar sua reabilitação eleitoral, pelejando uma cadeira a Assembleia Legislativa no pleito do ano que vem. Valadares se aposentou de vez. José Guedes hesita em voltar a política depois de ter sido esmagado por Hildão numa disputa pelo controle do PSDB. Roberto Sobrinho foi conclamado para pleitear uma cadeira a Câmara dos Deputados.

Os embates 2026

Os embates entre os clãs políticos rondonienses vão mostrar quem é quem nas eleições de 2026. Algumas dinastias políticas, ruindo, outras em ascensão. Novas famílias estão se projetando no cenário estadual. Em Porto Velho, o clã Carvalho quer eleger a ex-deputada federal Mariana Carvalho a Câmara do Deputados e emplacar o atual deputado federal Mauricio como postulante a vice-governador. O clã Rocha tem o governador Marcos Rocha disputando uma cadeira ao Senado, a esposa Luana Rocha uma vaga à Câmara dos Deputados e o mano Sandro Rocha, diretor do Detran, a Assembleia Legislativa.

As possibilidades

As possibilidades dos clãs políticos no interior do estado são limitadas na temporada, porque neste ano temos fortes postulações a Câmara dos Deputados em condições de conquistar as cadeiras em disputa. Em Ariquemes, com o deputado federal não empossado, por conseguinte ainda suplente, Rafael Fera, em Ji-Paraná, temos o ex-prefeito Jesualdo Pires com grande cotação, em Cacoal a primeira dama do município Joliane Fúria. Mas em Vilhena, um clã tem condições de emplacar um deputado federal, caso do ex-deputado federal Natan Donadon, que teve seu mandato cassado nas décadas passadas.

Problemas crônicos

Não bastassem problemas crônicos, com o fenômeno das terras caídas, que são os desmoronamentos nas beiras dos rios no Pará, Amazonas e Rondônia, a região amazônica se vê na busca de vencer barreiras como a universalização dos serviços de saneamento básicos, que atingem seriamente capitais como Rio Branco, Porto Velho, Manaus, Belém e Macapá. Outro grande desafio são as facções criminosas que a serviço dos cartéis de drogas da Bolívia, Peru e Colômbia tomaram conta dos estados do Acre, Rondônia e Amazonas, onde a criminalidade escalou as alturas.

Não é de espantar

Numa cidade onde estabelecimentos estão acostumados a trocar de razão comercial, depois de praticar irregularidades e mudar de endereço - alguns até menos de 100 metros da origem dos golpes - não é de espantar que os manos Sergio Gonçalves e Junior Gonçalves que fizeram parte da falência de uma rede de supermercados - cheguem ao poder. Eles galgaram ao poder com o governo atual e agora querem seguir dominantes, conquistando o governo de Rondônia. Sergio é vice-governador e Junior Gonçalves presidente do União Brasil, mesmo denunciado em casos escabrosos. É coisa de louco, é a moralidade elástica praticada em Porto Velho.

Via Direta

***Aumentam as primeiras-damas na política rondoniense. Desde a primeira dama estadual Luana Rocha, a ex-primeira dama de Porto Velho Yeda Chaves, a primeira dama de Cacoal Joliane Fúria. Todas envolvidas nas disputas de cargos eletivos no ano que vem *** Impressiona a longevidade no cargo do deputado federal Eurípedes Lebrão, cujo afastamento pelo Supremo não foi atendido até agora pela Câmara dos Deputados. O suplente Rafael Fera já está injuriado para assumir o cargo *** O ex-deputado federal Nilton Capixaba (Cacoal) estuda retomar sua carreira política. Por enquanto, ele trabalha nas articulações do seu partido selecionando nominatas para 2026.




Carlos Sperança

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