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A boxeadora Cindy Ngamba escreveu seu nome na história da Olimpíada. Neste domingo (5), a atleta conquistou vaga nas semifinais do boxe e garantiu a primeira medalha da história do Time dos Refugiados.
Cindy superou a francesa Davina Michel por decisão unânime dos juízes. Na próxima quinta-feira (8), Ngamba vai encarar a panamenha Ateyna Bylon, na semifinal.
A boxeadora de 25 anos nasceu em Camarões e mora na Inglaterra. A família de Cindy deixou o país africano quando ela ainda era pequena em busca de melhores condições de vida.
Apesar de morar no país desde criança, Cindy e a família não possuem passaporte britânico. Aos 15 anos começou com o boxe e, em 2021, conseguiu o status oficial de refugiada.
Quase deportada
Em 2019, Cindy e o irmão foram convocados por autoridades em Manchester, na Inglaterra, para provar que ainda estavam no Reino Unido. Os dois foram presos e levados para Londres.
"Eu achei que iria assinar algumas coisas e voltar para casa. De repente, você é algemada e jogada na traseira de uma van", disse à BBC.
A situação foi resolvida apenas após Cindy ligar para um tio, que trabalha no governo. A boxeadora, lésbica, temia ser deportada. Camarões é um dos países que mais persegue pessoas LGBTQIAPN+.
Time de refugiados
O Comitê Olímpico Internacional (COI) criou o Time de Refugiados. O grupo de atletas disputou a Olimpíada pela primeira vez em 2016, no Rio de Janeiro.
Em Paris 2024, o número de atletas da delegação é o maior da história. No total, 37 atletas disputam 12 modalidades diferentes.
CNN