Porto Velho (RO)15 de Fevereiro de 202505:09:59
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BRASIL

CCZ retira gatos com esporotricose no bairro São José Operário, em Manaus

Casos da infecção, que pode ser transmitida a humanos, têm aumentado no Amazonas.


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Mário Oliveira / Semcom

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Dois gatos com quadro avançado de esporotricose foram retirados da rua Rio Curie, no bairro São José Operário, Zona Leste de Manaus, após ação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). A doença, causada por fungos do gênero Sporothrix, pode ser transmitida a humanos e outros animais, principalmente por meio de arranhões ou contato direto com lesões cutâneas dos felinos.

O Amazonas tem registrado um aumento no número de casos de esporotricose. Em 2022, foram contabilizadas 338 ocorrências, mas, desde então, os números vêm crescendo. Dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) apontam um aumento de 153% nos casos até 2024. O tratamento da doença é feito com itraconazol, medicamento disponibilizado gratuitamente pela rede pública, conforme a Lei nº 5.410/2021. Em casos mais graves, pode ser necessária a administração de anfotericina B.

A remoção dos animais ocorreu após uma denúncia encaminhada pelo vereador Sérgio Baré (PRD), que recebeu o relato de um morador da região. No local, não foram registrados casos de contaminação humana, segundo a Semsa. Os felinos são os principais vetores de contaminação, conforme explicou Rodrigo Araújo, diretor do CCZ. "Por conta do hábito dos gatos de enterrar suas fezes na areia, eles estão mais suscetíveis a adquirir a doença e transmiti-la a humanos por meio de arranhões", afirmou.

A esporotricose, também conhecida como "doença da roseira" ou "do jardineiro", é uma infecção que, em humanos, geralmente se limita à pele, sendo na maioria dos casos benigna. As formas mais comuns são as linfocutâneas e a cutânea fixa, com lesões que aparecem principalmente em áreas expostas a traumas, como face, membros superiores e inferiores. Algumas pessoas podem apresentar cura espontânea ou uma resposta imune exacerbada. No Brasil, a doença pode ser transmitida por duas vias principais: a via sapronótica, que envolve o contato direto com solo e matéria orgânica em decomposição, e a via zoonótica, na qual animais, especialmente gatos, desempenham um papel ativo na transmissão, explica o diretor do CCZ.

Formas clínicas da esporotricose humana

A esporotricose humana pode se apresentar em diferentes formas clínicas, variando desde infecções localizadas até formas disseminadas e sistêmicas. Informações divulgadas pela Semsa indicam que as principais manifestações incluem:

Cutânea: A mais comum, caracterizada por lesões nodulares e ulceradas na pele, que podem se espalhar a partir do ponto inicial de inoculação.

Linfocutânea: Lesões cutâneas acompanhadas de inflamação dos vasos linfáticos, causando inchaço e vermelhidão.

Cutânea fixa: Lesões que não se espalham além da localização inicial, formando placas verrucosas ou ulceradas.

Disseminada: Quando o fungo atinge outros órgãos, causando sintomas graves como febre, perda de peso e comprometimento de pulmões e articulações.

Extracutânea: Afeta órgãos internos, como pulmões, ossos e articulações, com sintomas específicos relacionados à área afetada.

Em nota, o vereador Sérgio Baré destacou a satisfação com a ação: "Precisamos impedir que os fungos se espalhem. É uma questão de saúde pública", afirmou. Moradores que identificarem animais com suspeita da doença podem agendar atendimento pelo WhatsApp do CCZ: (92) 98842-8484. 









Carol Veras - Portal SGC

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