(Foto: Reprodução)
A Prefeitura de Santo Antônio do Içá, município localizado a 880 km de Manaus, emitiu uma nota oficial nesta quinta-feira, 6, para esclarecer os detalhes do resgate de uma onça-pintada (Panthera onca) que estava sendo criada como animal de estimação por uma família local. A operação, realizada em conjunto com a Polícia Militar e a Defesa Civil, teve como objetivo garantir a segurança e o bem-estar do animal, batizado de "Golias".
Inicialmente, a intenção era transferir o felino para o 8º Batalhão de Infantaria de Selva, em Tabatinga, a 1.114,5 km da capital amazonense. No entanto, questões burocráticas, como a necessidade de uma licença específica para o transporte, impediram a remoção imediata. Diante disso, a onça permanece temporariamente sob os cuidados de seu antigo tutor, com monitoramento da Secretaria de Meio Ambiente e da Polícia Militar. Um abrigo provisório foi construído pela prefeitura para abrigar o animal enquanto aguarda a transferência.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acompanha o caso e prevê a remoção de Golias nos próximos dias. Em nota, a Prefeitura reforçou seu compromisso com a proteção da fauna e do meio ambiente, garantindo que todas as decisões estão alinhadas ao bem-estar do animal e à legalidade dos procedimentos.
Relembre o caso
Golias foi resgatado pela Polícia Militar do Amazonas (PMAM) na última quarta-feira, 5, após a família que o mantinha em cativeiro há aproximadamente oito meses solicitar a retirada do animal. O filhote de onça-pintada pesa cerca de 35 quilos e tem uma envergadura de 1,58 metros. De acordo com o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, a legislação ambiental isenta de penalidades quem entrega voluntariamente um animal silvestre.
Especialistas afirmam que Golias não tem condições de retornar à natureza devido ao longo período de convivência com humanos. Ele passará por um processo de reabilitação, mas, enquanto a transferência não ocorre, permanece sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo (Semat).
Crime ambiental
Manter animais silvestres em cativeiro sem autorização é considerado crime ambiental, conforme a Lei nº 9.605/1998, que prevê penalidades para a posse, venda e transporte irregular de espécies da fauna. Além disso, o Decreto nº 6.514/2008 proíbe a exploração comercial da imagem de animais silvestres mantidos de forma irregular.
A Polícia Militar do Amazonas reforça a importância das denúncias sobre crimes ambientais. A população pode acionar o disque-denúncia pelos telefones 181 ou 190, com garantia de sigilo sobre a identidade do denunciante.
Diário da Amazônia