Fundo Amazônia destina R$ 825,7 milhões para fortalecer combate ao desmatamento ilegal

O Governo Federal anunciou o repasse de R$ 825,7 milhões do Fundo Amazônia para fortalecer as ações de fiscalização ambiental contra o desmatamento ilegal na Amazônia, executadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os recursos deverão ser aplicados ao longo de 60 meses para modernizar o combate às irregularidades e ampliar a presença do Estado na região, Entre as medidas previstas estão a compra de helicópteros de grande porte com proteção balística, drones de alta tecnologia e a construção de bases aéreas e helipontos estratégicos na floresta. O anúncio foi feito em cerimônia no Palácio do Planalto, com a participação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, além dos presidentes do Ibama, Rodrigo Agostinho, e do BNDES, Aloizio Mercadante, que gere os recursos do Fundo Amazônia.

Marina Silva destacou que o repasse demonstra o compromisso do governo na luta contra o desmatamento. "O Fundo Amazônia é fruto do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, resultado das doações vinculadas à redução do desmatamento no bioma. Este governo já evitou lançar na atmosfera 450 milhões de toneladas de CO2, o que dobrou os recursos do Fundo. Esse dinheiro agora retorna ao Ibama para aprimorar sua capacidade de prevenção e combate", afirmou. Na mesma cerimônia, o presidente Lula assinou decretos para a criação de três novas unidades de conservação federais: duas no Paraná e uma no Espírito Santo. A Área de Proteção Ambiental (APA) da Foz do Rio Doce, localizada no Espírito Santo, visa proteger o ecossistema costeiro e marinho afetado pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 2015. Com 45.417 hectares, a APA integra áreas terrestres e marinhas no bioma da Mata Atlântica.

A APA da Foz do Rio Doce abriga uma rica biodiversidade, incluindo espécies ameaçadas como a tartaruga-de-couro,  única que desova na região continental do Brasil , o mero, a toninha e a tartaruga-cabeçuda. A unidade está inserida em cinco planos nacionais de ação para conservação de espécies marinhas ameaçadas.

No Paraná, as novas reservas de desenvolvimento sustentável, Faxinal São Roquinho e Faxinal Bom Retiro, no município de Pinhão totalizam mais de 2.800 hectares e têm como objetivo proteger remanescentes de florestas de araucárias e valorizar a cultura dos povos tradicionais faxinalenses, que criam animais soltos em terras coletivas.

Além disso, foram assinados decretos que estabelecem estratégias nacionais para conservação da biodiversidade, uso sustentável dos recifes de coral e criação de áreas protegidas na Amazônia, além do estabelecimento dos limites do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, na Serra do Mar, Paraná.

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