Porto Velho (RO)04 de Dezembro de 202403:47:35
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A ciência venceu a AIDS, mas a luta contra o preconceito ainda existe

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Foto: Reprodução

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Três décadas e meia após o estabelecimento do Dia Mundial de Luta contra a AIDS, que ocorre anualmente no 10 de dezembro, o cenário de combate à doença no Brasil e no mundo apresenta avanços significativos, embora ainda existam desafios consideráveis a serem superados. O que antes era uma sentença de morte transformou-se, graças aos avanços científicos e às políticas públicas de saúde, em uma condição crônica controlável. O Brasil se destaca internacionalmente por seu programa de combate ao HIV/AIDS, oferecendo tratamento gratuito e universal pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esta política não apenas salvou incontáveis vidas, mas também serviu de modelo para outros países em desenvolvimento. A distribuição gratuita de medicamentos antirretrovirais, iniciada em 1996, revolucionou o tratamento da doença no país.

No entanto, os números ainda são preocupantes. Dados recentes do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil, sendo que 89% foram diagnosticadas. Destes, 81% estão em tratamento antirretroviral. Um dado positivo é que 95% das pessoas em tratamento atingiram carga viral indetectável, o que significa não transmitir o vírus. O estigma e a discriminação, infelizmente, continuam sendo obstáculos significativos. Mesmo com todas as informações disponíveis, pessoas que vivem com HIV/AIDS ainda enfrentam preconceito no trabalho, nas relações pessoais e até mesmo em ambientes de saúde. Esta realidade dificulta o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento.

A prevenção combinada, que inclui o uso de preservativos, a profilaxia pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP), além do tratamento como prevenção, tem se mostrado uma estratégia eficaz. No entanto, é fundamental ampliar o acesso a estas ferramentas, especialmente entre populações mais vulneráveis. O momento atual exige um novo olhar sobre a epidemia. É necessário fortalecer as políticas públicas existentes, intensificar as campanhas de prevenção e combater incansavelmente o preconceito. A meta 95-95-95 da Unaids para 2030 — 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas, 95% em tratamento e 95% com carga viral indetectável — é ambiciosa, mas alcançável com compromisso político e engajamento social.

Neste 1º de dezembro, mais do que nunca, é preciso reafirmar o compromisso com a luta contra a AIDS. Cada laço vermelho representa não apenas a conscientização sobre a doença, mas também a esperança de um futuro onde o HIV não seja mais sinônimo de medo ou discriminação.




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