Foto: Divulgação
Pela primeira vez, cientistas perceberam que ratos tentam reanimar seus companheiros inconscientes, de forma semelhante aos humanos, usando técnicas como reanimação cardiopulmonar (RCP) e outras medidas de emergência.
O estudo foi publicado nas revistas Science e na Science Advances. Em um vídeo feito durante a pesquisa, é possível ver que o camundongo puxa a língua do rato inconsciente para limpar as vias aéreas, de forma similar à medida de emergência conhecida como "boca a boca".
Como assim?
Para a pesquisa, os ratos de laboratório foram separados em casais, sendo que alguns já conheciam seus parceiros. Em cada gaiola, um camundongo foi anestesiado e o outro não, durante uma janela de observação de 13 minutos.
À medida que o animal inconsciente passava mais tempo sem resposta, o "espectador" recorria a táticas de primeiros socorros.
"Eles começam cheirando , depois se limpando e depois com uma interação muito intensa ou física ", disse o coautor do estudo Li Zhang à New Scientist . "Eles realmente abrem a boca desse animal e puxam sua língua."
A equipe descobriu que essa forma de ressuscitação boca a boca realmente ajudou a alargar as vias aéreas do animal inconsciente, o que permitiu que ele se recuperasse mais rápido.
Ainda de acordo com o estudo, quanto mais familiarizados estavam os ratos, mais tempo eles passavam cuidando dos parceiros inconscientes.
Elefantes, chimpanzés e golfinhos também podem reconhecer e intervir tocando, cutucando e até carregando um indivíduo incapacitado, de acordo com os neurocientistas William Sheeran e Zoe Donaldson, ementrevista à revista científica Science Perspective.
"Essas descobertas aumentam a evidência de que um impulso para ajudar os outros em estados de extrema angústia é compartilhado por muitas espécies e destacam mecanismos neurais que impulsionam o resgate instintivo", afirmam os cientistas.
Veja o vídeo:
🐀 Rato faz "ressuscitação" boca a boca para salvar companheiro pic.twitter.com/bAGnlvij5Z
— Portal Diário (@PortalDirio1) February 24, 2025
Metrópoles