Gustavo Moreno/SCO/STF
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não gostaram de saber, obviamente, que o governo de Donald Trump caminha para sancionar Alexandre de Moraes.
Um ponto específico, contudo, gerou especial incômodo na Corte: a possibilidade de esposas de magistrados com escritórios de advocacia também sofrerem sanções.
Ao pedir a abertura de inquérito contra Eduardo Bolsonaro por articular punições dos Estados Unidos, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou: "Em tudo também se nota a motivação retaliatória, que se acena como advertência para autoridades da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal, de que não apenas elas próprias, mas também os seus familiares, estão sob ameaça."
Entre os ministros do STF casados com mulheres que atuam em escritórios de advocacia, está Alexandre de Moraes.
O ministro acolheu o pedido da PGR e abriu investigação que focará na atuação de Eduardo Bolsonaro em solo norte-americano. Tanto o deputado licenciado quanto o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, serão ouvidos pela Polícia Federal.
Nesta terça-feira (27/5), o deputado Lindbergh Farias (PT) e o senador Humberto Costa (PT) protocolaram uma denúncia, no Conselho de Ética da Câmara, pedindo a cassação do mandato de Eduardo, acusando o político do PL de coação no curso do processo.
STF e o destino jurídico de Eduardo Bolsonaro
Em relação ao inquérito recém-aberto por Alexandre de Moraes, caberá ao ministro avaliar se Eduardo Bolsonaro incorreu em crime ao atuar por sanções contra ele junto ao governo Trump.
Caso Moraes conclua que houve ilicitude, submeterá o relatório a seus pares na 1ª Turma do STF, que decidirá pela instauração ou não de ação penal.
Metrópoles