Porto Velho (RO)22 de Julho de 202517:20:25
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Córneas e rins de jovem morto envenenado após comer bolinho são doados

Lucas da Silva Santos, de 19 anos, ficou quase 10 dias internado após ter sido envenenado com um bolinho de mandioca. Ele morreu no dia 20/7


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Córneas e rins de jovem morto envenenado após comer bolinho são doados

reprodução

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Com a morte do jovem Lucas da Silva Santos, de 19 anos, que ficou quase dez dias internado com sintomas de envenenamento após comer um bolinho de mandioca, a família autorizou a doação de todos os órgãos que fossem viáveis.

O corpo da vítima foi enviado para o Hospital das Clínicas de São Paulo na manhã dessa segunda-feira (21/7) para a captação dos órgãos. Foram doados as córneas e os rins. As informações são da Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Bernardo do Campo.

Ainda segundo a pasta, o corpo de Lucas foi liberado para o Instituto Médico Legal (IML) ainda na parte da manhã. Os trâmites para o velório e o sepultamento vão depender da liberação do IML.

Lucas da Silva Santos morreu na tarde de domingo (20/7), em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo. O padrasto da vítima, Admilson Ferreira Dos Santos, será indiciado por homicídio triplamente qualificado, após a confirmação da morte encefálica do jovem.

Padrasto preso

O padrasto de Lucas, Admilson Ferreira dos Santos, foi preso na última quarta-feira (16/7) e é considerado o principal suspeito de ter envenenado o bolinho ingerido pelo jovem.

Em entrevista coletiva, a delegada responsável pelo caso, Liliane Doretto, afirmou que recebeu relatos de dois irmãos de Lucas afirmando que Admilson abusou sexualmente deles. Os abusos teriam acontecido com as vítimas ainda crianças, com 4 e 9 anos, e duraram anos.

A investigadora ainda afirmou que não há registros policiais denunciando os abusos porque o suspeito exercia um controle emocional sobre as vítimas, algo que inclusive teria acontecido com Lucas.

Qualificadores do homicídio

Ao Metrópoles, a delegada Liliane contou que o inquérito de homicídio instaurado contra Admilson terá três qualificadores, sendo eles: motivo torpe, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima.

O primeiro se configura a partir das investigações que apontam que o crime teve motivação passional, baseada em sentimentos de ciúmes, controle e rejeição, o que, segundo a delegada, "caracteriza valor moral reprovável e desprezível".

O segundo agravante é baseado no uso de veneno, visto que, de acordo com a investigação, o suspeito utilizou a substância tóxica misturada à comida ingerida por Lucas, o que caracteriza uma forma traiçoeira de execução.

Por fim, as autoridades afirmaram que o envenenamento do jovem foi praticado sem nenhum alerta ou ameaça visível, o que impediu a reação defensiva da vítima.

O caso é investigado como crime passional, visto que Admilson teria envenenado o jovem, pois ele queria sair de casa. O fato foi constatado pela polícia por meio de mensagens do suspeito que mostram a insatisfação dele com a hipótese de saída do enteado, por isso as autoridades acreditam que o crime foi premeditado.

Bolinhos enviados pela tia do jovem

Lucas passou mal cerca de meia hora depois de comer bolinhos de mandioca enviados pela tia, Cláudia Pereira dos Santos, na noite do dia 11 de julho. Ela é irmã de Admilson.

No início das investigações, a mulher foi apontada pela família como a principal suspeita, porque ela tinha enviado os alimentos. O padrasto e a mãe do jovem afirmaram que não tinham uma boa relação com Cláudia, versão contrariada pela parente, que afirmou à polícia que se dava bem com os familiares, apesar de estarem um pouco afastados.

Além disso, às autoridades, a mulher confirmou ter enviado cinco bolinhos para a casa do irmão, mas negou ter envenenado os alimentos.

Em entrevista coletiva, Cláudia contou que o padrasto do jovem pediu que ela fizesse os bolinhos. Ela disse que ama cozinhar e que costuma fazer pratos diferentes por "hobby". A tia ainda contou que a filha dela foi entregar os bolinhos na casa do irmão.

"Ele me pediu os bolinhos. Minha filha de 9 anos levou com todo amor e carinho, como sempre faço", contou.













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