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A situação crítica da Estrada do Belmont, localizada na zona Norte de Porto Velho, tem causado apreensão entre os moradores da região e chamado a atenção das autoridades. A via, que é essencial para o escoamento da produção agrícola da capital rondoniense e conecta a cidade à BR-364, está sendo ameaçada por sucessivos desmoronamentos que agravam o risco de acidentes e comprometem a segurança de dezenas de famílias.
Nas últimas semanas, o avanço da erosão tem provocado deslizamentos de terra nas margens da estrada, colocando em risco residências e dificultando o tráfego de veículos. Como medida emergencial, placas de alerta foram instaladas para sinalizar o perigo aos motoristas, mas moradores relatam que a resposta do poder público ainda é insuficiente diante da gravidade do problema.
O morador Islan de Jesus, de 26 anos, que nasceu e cresceu na comunidade, relata que a erosão se intensificou nos últimos anos. "Desde 2014 a gente vê essas crateras aumentando, mas este ano a situação piorou muito. A estrada está sendo levada pelo barranco. Já vieram aqui algumas vezes, prometeram encascalhar até o bairro Guaraná, passaram uma máquina e abandonaram. A Defesa Civil também veio, falou que poderia ser feito um muro de pedras, mas nada foi concretizado", afirma.
Além do risco estrutural, a população local enfrenta problemas na mobilidade. O transporte escolar, por exemplo, foi diretamente afetado. "Tem crianças que não estão indo à escola porque o ônibus não consegue passar por trechos da estrada comprometidos pela erosão. Algumas famílias vivem ainda mais afastadas, e os alunos precisam caminhar longas distâncias em áreas de mata, o que representa perigo, principalmente à noite", acrescenta Islan.
A situação também já afetou estruturas públicas. "Um poste de energia já foi levado pela erosão. Se nada for feito, na próxima cheia do rio Madeira, outras casas também podem ser destruídas", alerta o morador.
Diante do agravamento do quadro, a Defesa Civil do município intensificou o monitoramento da área. O coordenador Marcos Berti explicou que ações preventivas estão sendo adotadas. "Essas situações atípicas têm sido acompanhadas de perto. Já instalamos sinalizações de risco e estamos realizando visitas técnicas. O problema maior são as residências construídas muito próximas das barrancas, em áreas de risco", pontuou.
Segundo Berti, a atuação conjunta com outras secretarias está sendo articulada. "Com o fim do período chuvoso, entramos agora no verão amazônico, o que permite a elaboração de planos de ação mais efetivos. A Secretaria de Obras já está ciente dos riscos e deve iniciar um planejamento estratégico para tentar restaurar os trechos mais afetados da estrada, além de buscar alternativas para proteger as famílias da região", disse.
A população local espera que as promessas se transformem em ações concretas antes que novas tragédias ocorram. A erosão na Estrada do Belmont não é apenas um problema de infraestrutura, mas uma ameaça direta à segurança e à dignidade de dezenas de famílias que ali vivem e trabalham.
Veja a entrevista com coordenador da Defesa Civil, Marcos Berti
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