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Roubado, como sempre
É natural a curiosidade despertada pela descoberta entre quinquilharias na República Checa de um filme sobre a Amazônia rodado em 1918, portanto há mais de um século, pelo português Silvino Santos e Agesilau Araújo. Antes de assistir ao filme (https://x.gd/A8EH1) é preciso saber por que "No Paiz das Amazonas" ficou ignorado pelos brasileiros. Como quase tudo em nosso passado, depois de concluído o filme foi roubado. Silvino nunca mais soube dele e morreu em 1970. Ao ser achado na Cinemateca de Praga, estava catalogado como "The Wonders of the Amazon" e atribuído aos EUA.
O interesse em comparar o registro fílmico da época e a atualidade se justifica por tudo que a Amazônia se tornou para o mundo. Resgatado desde o ano passado pela Cinemateca Brasileira, passou a ser exibido e admirado por focar os amazônidas trabalhando, em captura de imagens que põem no mesmo grau de importância a floresta e seu habitante.
Para que não se conclua que o cineasta luso era de "esquerda" por centrar o foco no trabalhador, vale dizer ele foi contratado em 1914 pela Peruvian Amazon Company para desmentir a esquerda da época, que o acusava de escravizar os amazônidas. Bolhas ideológicas à parte, se alguém pensou que a história do filme roubado também daria um bom filme, pensou bem: deu em O Cineasta da Selva, de Aurélio Michiles.
As indefinições
Mesmo com a definição de Leo Moraes (Podemos), ainda existem muitas dúvidas com relação as postulações para a eleição 2024 visando renovar a cadeira do prefeito Hildon Chaves em Porto Velho. Pergunta-se se o PL, de Marcos Rogerio e Jaime Bagatolli, por exemplo terá candidatura própria na capital? Se a candidatura do presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Cruz (PRTB) é para valer? Desde o início deste lançamento dava pinta que era para negociar a indicação de um vice. O União Brasil conseguirá unificar suas forças depois de ter sabotado a candidatura do deputado federal Fernando Máximo, em favor de uma postulação de Mariana?
A força dos clãs
Se constata desde os primeiros alinhamentos, a força dos clãs políticos em Rondônia. Na capital, os dois principais nomes na peleja vêm de clãs políticos, os Carvalhos, e os Moraes. Em Ariquemes, o clã Redano tem a força. Vejam lá em Vilhena, o clã Donadon mostrando seu poderio mais uma vez. Os clãs políticos tem história e tem força. Seja, alguns em decadência como os dos Muletas em Jaru e dos Amorins em Ariquemes. O clã Cassol se projeta para as eleições 2026, com Ivo ao governo estadual e Jaqueline a Câmara dos Deputados. O clã Raupp não se pronuncia, o clã Expedito se fortaleceu na gestão Hildon Chaves. Tem Expeditão ao Senado e Expedito Neto a deputado federal em 2026.
Uma paralisação
Na busca de melhores salários, os fluviais que atendem as demandas de transportes de combustíveis para Porto Velho (e da soja e outros produtos para Manaus) estudam uma paralisação. Seria a primeira da história, já que nem na seca histórica do ano passado a categoria interrompeu seus serviços cujos reflexos seriam os piores para Rondônia por conta do desabastecimento de gasolina e óleo diesel que chega em barcaças (atualmente também vítimas dos piratas do Madeira na capital rondoniense). Só nos faltava mais esta, não basta a mãe de todas as estiagens desembarcando na região amazônica.
União de forças
Enfraquecida e muito dividida, a esquerda em Porto Velho se vê diante do desafio de unir forças para conseguir uma vaga no previsível segundo turno nas eleições locais. Enquanto Mariana Carvalho (União Brasil) e Leo Moraes (Podemos) já estão voando nenhum postulante da esquerda e da centro esquerda aparece com chances de destronar os postulantes postados mais à direita. Também no interior, a direita conservadora vai levando vantagem. Seja em Ariquemes, com Carla Redano, ou em Cacoal com Adailton Fúria, e se constata a mesma tendência para Ji-Paraná, Vilhena e Rolim. Uma temporada difícil para a esquerda se recompor depois de seguidos insucessos.
Via Direta
**A limpeza de Candeias do Jamari foi definida como prioridade pelo prefeito tampão Lindomar Garçom (Republicanos). Os últimos prefeitos só queriam fazer a cidade num balcão de negócios ** O tempo é curto para Garçom endireitar Candeias, já que em outubro já tem uma nova eleição e lá está tudo enrolado e infestado de vereadores sequiosos por mamatas públicas * Percorrendo os bairros de Porto Velho no final de semana, acompanhando um instituto de pesquisas políticas e sociais de Brasília, foi possível constatar a enormidade de cachorros e gatos abandonados pelas ruas. É uma situação lamentável*** Recentes invasões espicharam o perímetro urbano da capital. Haja demandas.