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A partir desta quinta-feira (4), os servidores do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Rondônia iniciaram uma greve por tempo indeterminado. A mobilização, que já afeta outras unidades da federação desde junho, tem como principais demandas o reajuste salarial, melhorias nas condições de trabalho e reestruturação das carreiras.
Com a paralisação, apenas atividades essenciais serão mantidas, como o licenciamento ambiental, que contará com 10% dos servidores para concessão, renovação ou acompanhamento de licenças. Além disso, serviços de fiscalização ambiental, resgate de animais silvestres e emergências continuarão operando.
Presidente do SINDSEF, Almir José Silva, destacou a necessidade de apoio à mobilização dos trabalhadores frente às retaliações do governo. A greve impacta projetos como gasodutos e pesquisa sísmica, gerando perdas significativas de arrecadação. "O SINDSEF está presente no primeiro dia de paralisação para apoiar a mobilização da categoria, que busca negociações com o governo há bastante tempo sem sucesso", frisou.
Greve do Ibama de Rondônia começa nesta quinta-feira (4) pic.twitter.com/SROpqZyRQI
— Portal Diário (@PortalDirio1) July 4, 2024
A greve dos servidores federais das áreas ambientais já se estende por 25 estados e tem impactado significativamente o processo de licenciamento de projetos. O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) encerrou unilateralmente as negociações após recusas de propostas, enquanto a Ascema tenta reabrir o diálogo.
Negociações entre governo e servidores, iniciadas em outubro passado, enfrentam impasse após recusa de propostas de reajuste. O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos aguarda resposta formal à última oferta de aumento salarial, que varia de 19% a 30%.
A paralisação pode resultar em atrasos significativos na execução de projetos, como plataformas previstas para operar nos próximos anos e novos poços de petróleo. Empreendimentos como o campo de Bacalhau, na Bacia de Santos, com investimentos bilionários, aguardam licenças do Ibama para iniciar operações.
A greve do Ibama iniciou em meio ao debate público sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, defendida pelo presidente Lula, que destacou a capacidade técnica da Petrobras em operar mesmo em áreas ambientalmente sensíveis.