Carlos Sperança
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O jogo da Amazônia
Em todo o mundo se tornou obrigatória a pergunta "e agora, com a eleição de Trump nos EUA?" Mao Tsé-tung disse que se os chineses pulassem ao mesmo tempo o mundo tremeria, mas o pulo que Trump deu ao esmagar a candidata democrata fez o mundo se assustar. Ampliando a pergunta, como ficará a Amazônia com Trump de volta? Melhor ou pior que hoje?
A índole dos democratas é meter o bedelho em tudo, em todo o mundo, como se viu na desastrosa guerra na Ucrânia, que poderia ser evitada com simples bom-senso diplomático. Com a Amazônia não foi diferente: o fracassado presidente Joe Biden também quis interferir na floresta, mas sua prioridade foi a guerra - com isso, cedeu migalhas para a Amazônia em risco e fortunas para alimentar um conflito sem nenhuma razão ou utilidade a não ser para os interesses da máquina industrial da guerra e para um filho dele com estranhos negócios na Ucrânia.
Já Trump, em seu primeiro governo, ignorou a Amazônia. Foi coerente com o pensamento tradicional dos republicanos, que priorizam os assuntos domésticos. Com os EUA em grave crise, a tendência é Trump se fechar no protecionismo, deixando a Europa de lado e fechando o país aos concorrentes estrangeiros, como a China. O mercado brasileiro, com a Amazônia inclusa, pode se beneficiar dessa tendência. Biden finge, Trump não liga, mas já é impossível ignorar que a Amazônia está no jogo - e nos negócios.
Pé na estrada
Aproveitando sua presença no poder com a viagem do titular ao exterior, o vice-governador Sergio Gonçalves, pré-candidato ao Palácio Rio Madeira em 2026 colocou o pé na estrada, antecipando o processo da corrida eleitoral ao CPA em 2026. Ele tem como triunfos sobre os possíveis oponentes a máquina azeitada da atual administração, o bom relacionamento com prefeitos, vereadores e deputados estaduais, e um legado razoável do atual mandatário Marcos Rocha (União Brasil). Como empecilho, um bolsonarismo rachado, já que os senadores Marcos Rogério e Jaime Bagatolli, não rezam a mesma cartilha dos palacianos do CPA.
Natal e Ano Novo
No final do ano as atividades políticas sofrem alguma redução em Porto Velho, mas ao menos com especulações do secretariado do prefeito eleito Leo Moraes (Podemos), a eleição do próximo presidente da Câmara de Vereadores - já acertado pelo grupo majoritário com Gideon Negreiros na presidência - e a despedida do prefeito atual Hildon Chaves (PSDB) que vai deixar saudades. Quer largar o Prédio do Relógio em grande estilo, inaugurando a nova rodoviária ainda no final deste mês de novembro ou em meados de dezembro. Já arrasou com a iluminação de Natal no Parque da Cidade. Mas quem decola no Natal é o Papai Noel, no carnaval o Rei Momo.
Contratações
Com muito dinheiro injetado neste final de ano em Porto Velho, as lojas já começam a trabalhar com contratações temporárias com vistas ao Natal e Ano Novo. Mas dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro, a mais tradicional, no centro antigo da capital rondoniense. Muitas lojas fechadas outras tantas fechando, tantas ainda resistindo uma situação que só vem se deteriorando pela falta de vagas de estacionamento e de segurança com tantos drogados e mendigos arrombando estabelecimentos pela madrugada. Tem comerciante que já teve as vitrines quebradas uma dúzia de vezes só no decorrer deste ano. É coisa de louco!
Preocupação
Mesmo com milhares de financiamentos pré-aprovados para aquisição da casa própria, a Caixa Econômica Federal-CEF não está conseguindo disponibilizar recursos para as operações almejadas pelos mutuários. Os financiamentos, que no ano passado desde os meados de 2024 eram liberados em menos de 45 dias agora se espicham indefinidamente com grande chance dos interessados levarem a porta na cara. O brutal recuo de depósitos na caderneta de poupança seria o principal motivo das medidas restritivas adotadas pela instituição bancária para aprovação de novos processos.
Asas crescidas
Prestem atenção em três prefeitos eleitos nesta temporada em Rondônia. Estão de asas crescidas e podem disputar cargos ao governo estadual ou ao Senado nas eleições de 2026: 1- Adailton Fúria (PSD) que foi reeleito em Cacoal. 2-Afonso Cândido (PL) em Ji-Paraná, também reeleito. Esta geração de alcaides lembra uma geração de alcaides nos anos 80/90 que teve grande projeção no cenário estadual que são os casos de Melki Donadon (Vilhena), Divino Cardoso (Cacoal), José Bianco (Ji-Paraná), Ernandes Amorim (Ariquemes) e Chiquilito Erse em Porto Velho.
Inspeções necessárias
Enquanto o atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) vai se despedindo do prédio do relógio, investindo em publicidade dos seus feitos administrativos - e muitos deles realmente de relevância - o prefeito eleito Leo Moraes (Podemos) desenvolve uma série de visitas as creches, postos de saúde e outros órgãos públicos para se inteirar da real situação da Prefeitura de Porto Velho. Mesmo com um legado positivo, da atual gestão, Leo está envolto em desafios de grande monta, principalmente no combate as alagações. Reconfigurar o sistema de drenagem fluvial, também é preciso colocar em andamento a implantação do sistema de saneamento (água e esgoto), necessidades urgentes.
Parte do acordo
Parte do acordo envolvendo o atual governador Marcos Rocha (União Brasil) e o vice-governador Sergio Gonçalves, para as eleições 2026, que redundou no punhal da traição de ambos em Mariana Carvalho, é que Rocha vai disputar o Senado, Gonçalves o governo estadual e que Junior Gonçalves apoie a primeira dama Luana Rocha para uma cadeira a Câmara dos Deputados. A primeira parte do acordo será facilmente cumprido, o segundo, ainda existem dúvidas pois os manos Gonçalves têm o controle do União Brasil e Junior já trabalha em ritmo de candidato a um cargo eletivo em 2026
Via Direta
*** Na semana o colunista que vos fala entra em recesso para tratamento de saúde, ficando fora dos meandros políticos durante pelo menos uma semana. Já perto dos 70, preciso de uma recauchutagem para ficar voduzando os políticos pilantras ***A Rema TV queria promover um debate entre os candidatos a presidência da OAB, -RO, mas o candidato da oposição refugou o confronto. Os adversários aproveitam para taxa-lo de fujão *** Fugir os debates não é boa estratégia, Mariana por exemplo se deu mal na peleja pela prefeitura fugindo da maioria dos embates *** Trocando de saco para mala, a rede de supermercados Gonçalves não está dando mole para a concorrência. Se espichou mais ainda na Zona Leste e já chegou até a Vila Mariana.
Carlos Sperança