Carlos Sperança
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Vida e lucro
"Não podemos pegar uma fruta que está na floresta, coletar e vender. Isso está contra a nossa regra. Você tem que pegar, trazer e dar para o outro, então ele fará o mesmo por você. É menos sobre explorar, e mais sobre cuidar para ser cuidado". Esses conceitos de Francisco Piyãko, líder da comunidade Ashaninka e coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá, são idealistas e levam a refletir sobre a crueldade da civilização baseada no lucro, que justifica matanças e destruição ambiental.
O idealismo das afirmações de Francisco Piyãko não decreta a ultrapassagem do sistema, mas isso não diminui a grandeza do pensamento dos povos originários ao entender que o mundo seria melhor sem o predomínio da lógica do vale-tudo pelo dinheiro. "Entendemos que a terra, as águas, e tudo que está neste planeta não pode ser vendido, pois não somos donos de nada disso".
É claro que a humanidade não vai regredir ao passado em que as trocas eram facilitadas por haver pequenas comunidades. Como se tornaram multidões e os produtos se multiplicaram, o dinheiro surgiu naturalmente. Inegável, no pensamento do líder indígena, é que a vida, o clima e a preservação da biodiversidade são valores mais importantes que o lucro a qualquer preço, custo e consequências. Meios de pagamento, financiar e lucrar são criações da civilização que precisam se civilizar para não destruir direitos, hoje, e a própria civilização no futuro.
Divisão do Butim
Nos bastidores já se sabe que a divisão do butim dos recursos desviados de cofres da Sejucel, teria sido muito injusto. Coube ao titular da pasta, Junior Lopes, atualmente preso por tentar eliminar provas dos seus malfeitos, o menor quinhão do que foi desviado. Desde a idade média, quando os piratas rapinavam os navios mercantes, que dá confusão na divisão dos valores das rapinas. Nos dias atuais os piratas do Madeira brigam no rateio do roubo de combustíveis, tráfico drogas e nas muambas obtidas nos assaltos as embarcações. Nos escândalos da Sejucel, políticos graduados teriam ficado com a parte do leão, como circula nos bastidores.
Pé na estrada
O clã Carvalho não se afetou tanto com a derrota da ex-deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil) a prefeitura de Porto Velho. Com isto os manos Mariana e Mauricio já estão com o pé na estrada com atenções voltadas para a disputa em dobradinha com Mariana ao Senado e Mauricio à Câmara dos Deputados. Esta articulação sinaliza, com o rufar dos tambores e machadinha de guerra empunhada, que o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves vem mesmo armado até os dentes em 2026 para encarar a disputa pelo Palácio Rio Madeira.
Festa na roça
Com o vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil), o prefeito Hildon Chaves (PSDB) e o deputado federal Fernando Máximo (Provavelmente pelo Podemos) mirando o CPA nas eleições 2026, os postulantes do interior vão entrar em festa, com o divisionismo do eleitorado da capital. Serão beneficiados com este racha na capital, o senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná), Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura), Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) e Jaime Bagatolli (PL-Vilhena), além de Adailton Fúria (PSD-Cacoal). Uma verdadeira regionalização de candidaturas, mas com o eleitorado de Porto Velho bem rachado.
Injeção de recursos
Mesmo com uma enorme injeção de recursos no comercio de Porto Velho as vendas ainda não decolaram nas lojas neste final de ano. Tanto o governador Marcos Rocha como o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves e o presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Cruz durante todo ano pagaram os servidores regularmente, no mesmo mês trabalhado. Teve casos de abonos natalinos generosos, como ocorreu no Poder Legislativo estadual, mas as vendas só cresceram com os domingões do CDL, já realizados nos centros comerciais da Zona Leste e na Zona Sul. Neste final de semana será a vez do centro histórico, com uma grande promoção na Av. Sete de Setembro. Os comerciantes projetam aumentar então em 20 por centro as vendas em 2024.
Os catimbeiros
Os políticos que sabem catimbar o jogo nas pelejas eleitorais e em suas administrações conseguem melhores resultados contra desgastes. O ex-governador Confúcio Moura (MDB), atual senador é campeão no quesito. Vejam que ele sempre mantém suspense em suas definições e nunca se sabe se será candidato ou não, até mesmo ao cargo que pretende disputar. Um catimbeiro dos infernos, como os centroavantes argentinos. Se El Carecon é o rei dos catimbeiros, Leo Moraes é o príncipe da catimba e acertou em tudo nesta temporada. Retardou o lançamento da sua candidatura o máximo possível e agora, eleito catimba a divulgação de todo seu secretariado e segue fazendo suspense. Lembrando que a divulgação dos secretários é um momento de desgaste já que quem fica de fora começa a jogar pedras desde já.
Via Direta
*** O Instituto do Patrimônio Histórico- IPHAM vetou a realização do monumental réveillon programado para acontecer no último dia do ano no pátio da Estrada de Ferro Madeira- Mamoré em Porto Velho *** Ocorre que a empresa Amazon Fort, detentora dos direitos para explorar o ponto turístico não tem cumprido acordos para a preservação do patrimônio histórico *** A empresa tem sido um desastre na administração da EFMM cobrando até a entrada dos turistas e uma fortuna dos pequenos comerciantes para se instalar no local *** A secretaria da Saúde do município Eliana Pazini tem feito prestação de contas do seu trabalho a frente da pasta na imprensa. Deixou uma boa impressão.
Carlos Sperança