Cemitério dos Inocentes, em Porto Velho, é o retrato do abandono e do descaso com a nossa história

O Cemitério dos Inocentes, em Porto Velho, considerado o mais antigo Cemitério Público de Rondônia, e parte importante da nossa história, com 110 anos de criação, além do abandono, sujeira e descaso, vem sofrendo ataques de vândalos/usuários de drogas que estão furtando peças que decoram e ornamentam os túmulos com algum valor, já que possuem cobre/bronze. São crucifixos, imagens e até placas dos defuntos sepultados no Cemitério. A responsabilidade pela administração e gestão do Cemitério dos Inocentes é da Prefeitura de Porto Velho.

Um foto divulgada recentemente mostra onde um dos objetos de um túmulo foi furtado há poucos dias. Vizinhos que residem próximo ao Cemitério relataram que é comum usuários de drogas furtarem peças e objetos dos túmulos ou capela. Uma moradora que reside em frente ao Cemitério disse que, há alguns dias, a placa de um túmulo foi retirada por um usuário de drogas.

Além dos furtos, constatamos o abandono do Cemitério com muita sujeira em diversos pontos, ausência de reparo e cuidados em diversos túmulos. Até o resto de comida numa marmita estava jogado entre o mato que cobre um dos túmulos.

O Cemitério dos Inocentes foi criado em outubro de 1915 pelo então superintendente do Governo Federal em Porto Velho, Sr. Major Guapindaia. O nome do Cemitério surgiu na ocasião do falecimento de duas crianças gêmeas, almas inocentes, assim ficou estabelecido o Cemitério dos Inocentes.

A criação do Cemitério se deu para resolver um impasse. É que a direção do histórico Cemitério da Candelária, construído no início de 1900, só permitia o sepultamento de trabalhadores da lendária Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Por conta disso, a população sepultava seus familiares em uma área localizada nas imediações da atual Vila da Eletronorte, na zona Sul, onde funcionava como cemitério clandestino. Por essa razão é considerado o 1º Cemitério Público Municipal de Rondônia.

No Cemitério dos Inocentes estão sepultadas aproximadamente 35 mil pessoas, parte desses defuntos, personalidades que contribuíram com o processo de desenvolvimento da nossa história: Dr. Ary Pinheiro, Major Amarante, Joaquim Vespasiano Ramos, Miguel Chakian, João Resky, além das primeiras famílias de Porto Velho.

Blog da jornalista Victória Bacon