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A escolha de Rondônia para sediar o VII Concurso Nacional de Qualidade do Cacau é um marco significativo para o estado e para a cacauicultura brasileira. A iniciativa não apenas reforça o compromisso com a qualidade e sustentabilidade, mas também projeta o potencial econômico e social dessa cultura em uma região estratégica do país. Ao reunir produtores, autoridades e representantes da indústria, o evento demonstra que o desenvolvimento agrícola pode ser sinônimo de inovação, preservação ambiental e inclusão produtiva.
O cacau tem se consolidado como uma das culturas mais promissoras no Brasil, especialmente em estados como Rondônia, que já figura entre os maiores produtores nacionais. Com uma produção superior a 8 mil toneladas anuais, o estado desempenha papel relevante na oferta de cacau de alta qualidade, matéria-prima essencial para chocolates especiais e produtos gourmet. Essa posição de destaque não é fruto do acaso, mas sim de um esforço conjunto entre governo, instituições públicas e privadas, e agricultores locais, que têm investido em tecnologia, boas práticas agrícolas e certificações sustentáveis.
A realização do concurso em Cacoal, município reconhecido por sua vocação agrícola, amplia ainda mais o alcance do evento. Além de valorizar a produção local, a competição serve como uma vitrine para os produtores rondonienses, que agora têm a oportunidade de se destacar em nível nacional e internacional. A análise sensorial conduzida pelo Centro de Inovação do Cacau da Bahia (CIC-BA) garante transparência e credibilidade ao processo, assegurando que os vencedores sejam reconhecidos por mérito técnico e rigoroso padrão de qualidade.
No entanto, o impacto do concurso vai além dos troféus e premiações. Ele representa uma oportunidade para refletir sobre os desafios e oportunidades enfrentados pela cacauicultura brasileira. Embora o país seja um dos maiores produtores mundiais de cacau, ainda há espaço para avançar em termos de produtividade, agregação de valor e competitividade no mercado global. A valorização do cacau especial, com foco em sabores únicos e práticas sustentáveis, é um caminho promissor para conquistar nichos premium e aumentar a receita dos produtores.
Outro aspecto relevante é o papel socioambiental da cacauicultura. Em um momento em que questões como desmatamento e mudanças climáticas estão no centro do debate global, a produção sustentável de cacau surge como uma alternativa viável para conciliar crescimento econômico e preservação ambiental. O cultivo agroflorestal, por exemplo, permite a integração do cacau com outras espécies nativas, promovendo a biodiversidade e gerando renda para comunidades locais. Esse modelo de produção deve ser incentivado e replicado em outras regiões, servindo como referência para uma agricultura mais resiliente e responsável.
Diário da Amazônia