VÍDEO: Medicamento experimental brasileiro devolve mobilidade a pessoas tetraplégicas
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Eles estão prontos para iniciar os estudos clínicos caso a Anvisa aprove o medicamento. Essa parceria facilita a realização dos testes e ajuda a garantir o suporte necessário aos pacientes durante o tratamento.
A Anvisa ainda não recebeu o pedido formal para aprovação da fase 1, que é essencial para o avanço das pesquisas. A agência conduz reuniões técnicas e aguarda informações adicionais sobre os estudos pré-clínicos para garantir a segurança do medicamento.
Esse processo regulatório é rigoroso e indispensável para validar a eficácia e segurança do fármaco antes de estar disponível para o público, o que pode levar alguns anos.
Você já ouviu falar em lesão medular e o impacto na mobilidade? Um medicamento brasileiro está em testes promissores para ajudar quem enfrenta essa dificuldade, trazendo esperança real de recuperação.
A descoberta da laminina e seu potencial regenerativo
A laminina é uma molécula encontrada na placenta, pouco conhecida, mas muito importante para a vida. Ela tem uma estrutura em forma de rede, que ajuda as células a sobreviver e se mover. Essa capacidade faz dela uma aliada na recuperação de nervos danificados na medula espinhal.
Estudada há 25 anos pela professora Tatiana Coelho de Sampaio, da UFRJ, a laminina é vista como uma molécula primitiva, presente desde os organismos mais simples, como esponjas do mar.
O uso da laminina no medicamento Polaminina busca regenerar os neurônios, estimulando a produção de novas células e protegendo as existentes. Isso ajuda a restaurar parte das funções motoras perdidas em casos graves de lesão medular, trazendo esperança para pacientes tetraplégicos.
Desenvolvimento do medicamento Polaminina pela UFRJ e Cristália
A UFRJ se uniu ao laboratório Cristália para desenvolver o medicamento experimental Polaminina. Ele é feito a partir da laminina, uma molécula extraída da placenta humana. Essa parceria visa transformar uma descoberta científica em um tratamento real para lesões da medula espinhal.
Desde 2018, o Polaminina tem sido testado em pacientes com lesões completas na medula, chamadas de nível A. Nesse nível, há perda total da força e sensibilidade. O medicamento é aplicado diretamente na medula, em doses muito pequenas, para tentar restabelecer a ligação entre o cérebro e o corpo.
O objetivo do Polaminina é ajudar pacientes que sofreram paraplegia ou tetraplegia, devolvendo parte dos movimentos perdidos. Os testes até agora mostram resultados animadores, mas o medicamento ainda aguarda aprovação oficial da Anvisa para seguir os ensaios clínicos mais avançados.
Protocolo de aplicação e resultados iniciais em pacientes tetraplégicos
O medicamento Polaminina é aplicado diretamente na medula espinhal, dentro de até seis dias após a lesão. A dose usada é pequena, cerca de um micrograma por quilo. Esse protocolo tenta restabelecer a ligação entre o cérebro e o corpo.
Se a lesão é grave, isso pode causar paraplegia, perda do movimento das pernas, ou tetraplegia, quando o movimento do pescoço para baixo é afetado. O tratamento busca reverter essa situação.
Até agora, seis pacientes fizeram o tratamento. Cinco deles evoluíram, saindo do nível A, sem movimento nem sensibilidade, para o nível C, recuperando parte da força e dos movimentos. Um caso foi o de Bruno Drummond, que sofreu um acidente e perdeu o controle dos braços e pernas.
No primeiro mês após a medicação, ele já mexeu o dedão do pé, e hoje caminha normalmente. O sucesso se deve ao uso rápido do medicamento e à fisioterapia iniciada logo após a aplicação, mostrando que o tempo e a reabilitação são essenciais para resultados melhores.
Importância do tempo de aplicação e fisioterapia no tratamento
O tempo de aplicação do medicamento é essencial para a recuperação. Quanto antes o Polaminina for administrado, melhores são os resultados esperados. Isso acontece porque o fármaco atua na fase inicial da lesão, ajudando a proteger os neurônios e estimular a regeneração.
A fisioterapia também é um fator fundamental no tratamento. Ela ajuda a fortalecer os músculos e a reaprender os movimentos, tornando o progresso mais eficaz e duradouro. A combinação do medicamento com a fisioterapia pode aumentar muito a chance de sucesso.
Um exemplo é o caso do Bruno Drummond, que recebeu o medicamento nas primeiras 24 horas após o acidente e iniciou a fisioterapia imediatamente. Ele conseguiu recuperar quase todo o movimento dos braços e voltou a caminhar, mostrando como a rapidez e o acompanhamento adequado fazem diferença.
Casos emblemáticos: recuperação após lesão grave
Um dos casos mais impressionantes é o do Bruno Drummond, que sofreu um acidente de trânsito e perdeu o controle dos braços e pernas. Após receber a medicação experimental nas primeiras 24 horas, ele começou a fisioterapia imediatamente, o que ajudou muito na sua recuperação.
Bruno conseguiu, no primeiro mês, mover o dedão do pé, um sinal inicial de melhora que animou os pesquisadores e ele mesmo. Com o passar do tempo, recuperou quase todo o movimento dos braços e já caminha normalmente hoje.
Outro caso é o de Hawanna Cruz, que iniciou o tratamento três anos após a lesão. Mesmo com o tempo passado, ela conseguiu ganhos importantes, como dirigir a cadeira de rodas por conta própria e integrar a seleção brasileira de rugby em cadeira de rodas.
Esses exemplos mostram que o medicamento pode trazer benefícios tanto em lesões recentes quanto em casos mais antigos, reforçando a esperança para pessoas com lesões graves na medula espinhal.
Possíveis efeitos colaterais e segurança do medicamento
Os pesquisadores dedicaram sete anos para acompanhar os efeitos do medicamento. Queriam ter certeza de que não surgiriam efeitos colaterais graves a longo prazo. Até agora, nenhum problema grave foi ligado diretamente ao fármaco Polaminina.
Alguns efeitos colaterais comuns em pacientes com lesões graves, como dores de cabeça, constipação e infecções, apareceram. Mas os médicos analisaram e concluíram que esses sintomas estavam relacionados à gravidade da lesão, não ao medicamento.
Esse cuidado na avaliação reforça a segurança do tratamento. Os dados ainda são preliminares, e o medicamento segue em fase experimental. A expectativa é que os testes futuros confirmem a segurança e eficácia para aplicação mais ampla.
Desafios e dúvidas sobre doses e tratamentos em pacientes crônicos
O estudo com o medicamento Polaminina ainda está no começo, e há muitas dúvidas em relação ao seu uso em pacientes crônicos, ou seja, aqueles com lesões antigas.
Os pesquisadores não sabem se doses maiores ou aplicações repetidas poderiam oferecer resultados melhores para esses pacientes. Por isso, novos testes são necessários para entender melhor essas possibilidades.
Apesar disso, já foram observados ganhos importantes em alguns casos, mesmo após vários anos da lesão, principalmente na capacidade de movimentar membros e realizar atividades cotidianas, como dirigir uma cadeira de rodas.
A ciência segue investigando para descobrir como ampliar os benefícios da Polaminina, especialmente para pacientes que já vivem com lesões há mais tempo.
Fases futuras de testes e aprovação pela Anvisa
O próximo passo para o medicamento Polaminina é a fase 1 dos ensaios clínicos. Essa etapa depende da aprovação da Anvisa e visa testar a segurança do medicamento em um pequeno grupo de voluntários.
Após a fase 1, etapas maiores virão, incluindo mais pacientes e testes com placebo. Essa sequência é essencial para comprovar a eficácia e garantir a segurança do fármaco para uso amplo.
A seleção de voluntários para essa fase pode levar até seis meses, e a pesquisa em si dura cerca de um ano e meio. Por isso, o medicamento pode levar ainda alguns anos para estar disponível para o público.
Hospitais como o Hospital das Clínicas e Santa Casa de São Paulo já possuem contratos pré-aprovados para trabalhar com o Polaminina, caso a Anvisa aprove o fármaco para uso clínico.
Perspectivas para tratamento e oferta ao público
O desenvolvimento do medicamento experimental brasileiro é um importante avanço científico que pode transformar a vida de pessoas tetraplégicas. Ele foi criado para ajudar a restaurar funções motoras perdidas, o que antes parecia impossível.
Esse tratamento ainda está na fase inicial de testes, aguardando aprovação da Anvisa para avançar para fases clínicas mais amplas. Caso seja aprovado, poderá ser disponibilizado tanto na rede pública quanto na privada.
Hospitais como o Hospital das Clínicas e a Santa Casa de São Paulo já demonstraram interesse e possuem contratos pré-aprovados para usar o medicamento assim que ele for liberado. Isso acelera o acesso dos pacientes a essa inovação.
Embora o processo de validação seja longo e complexo, a expectativa é que em alguns anos o medicamento possa estar disponível para um número maior de pacientes, trazendo esperança real para a recuperação da mobilidade.
Papel dos hospitais parceiros e a etapa regulatória atual
Hospitais como o Hospital das Clínicas (HC) e a Santa Casa de São Paulo são parceiros importantes no desenvolvimento do Polaminina. Eles pré-aprovaram contratos para usar o medicamento assim que a Anvisa liberar.
Essas instituições ajudam na realização dos estudos clínicos e no acompanhamento dos voluntários durante as fases de teste. O envolvimento de hospitais renomados agrega credibilidade ao projeto.
A Anvisa ainda não recebeu pedido formal para aprovação da fase 1, que é o próximo passo decisivo para o avanço do medicamento. A agência acompanha os estudos pré-clínicos e técnicos para garantir a segurança.
O processo regulatório é rigoroso e leva tempo, mas é fundamental para garantir que o tratamento seja seguro e eficaz antes de chegar ao público.
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