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A proximidade do verão, estação que marca a alta nas temperaturas em todo o país, acende um importante alerta: a exposição prolongada ao sol sem proteção adequada pode levar a consequências graves à saúde. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 220 mil novos casos de câncer de pele devem ser registrados no Brasil em 2024. E apesar de uma grande parcela da população acreditar que sabe lidar com a exposição ao sol, campanhas de conscientização como o Dezembro Laranja são fundamentais.
De acordo com o oncologista, William Fuzita, a informação é uma poderosa aliada na luta contra a neoplasia. "Ações como essa ajudam a desmistificar a doença e ensina como prevenir com atitudes simples no dia a dia. Usar protetor solar corretamente é fundamental. Na região Norte do Brasil o cuidado deve ser redobrado, principalmente às pessoas de pele branca, pois a incidência dos raios ultravioletas é maior, pois estamos mais próximos da linha do Equador e, portanto, muito mais próximos do sol", afirma.
Ainda de acordo com o médico, é preciso superar a desinformação. Ele ressalta que infelizmente ainda existem muitas crenças em relação ao câncer de pele.A seguir, o especialista esclarece os principais mitos e verdades sobre a doença.
Câncer de pele só afeta pessoas com pele clara- MITO
Embora elas tenham maior risco devido à menor quantidade de melanina, todos estão suscetíveis à doença. O câncer pode afetar qualquer tipo de pele, independentemente da cor. Isso ocorre porque a exposição solar excessiva, seja com ou sem proteção, aumenta o risco de alterações nas células da pele, que podem evoluir para um tumor. É essencial que todos adotem medidas preventivas.
A exposição ao sol é o principal fator de risco- VERDADE
Esta radiação pode danificar as células da pele e desencadear o desenvolvimento do tumor ao longo do tempo. Embora a exposição solar seja mais perigosa das 10h às 16h, a radiação UV está presente mesmo em dias nublados e pode causar danos sem que percebamos. O uso de protetor solar, roupas protetoras e chapéus são atitudes essenciais para a prevenção.
A proteção solar é a principal forma de prevenção - VERDADE
O uso adequado de protetor solar é uma das medidas mais eficazes para reduzir o risco de câncer de pele. Além de usar uma formulação de amplo espectro (que protege contra raios UVA e UVB), é importante aplicá-lo corretamente - cerca de 30 minutos antes da exposição e reaplicá-lo a cada duas horas, ou após nadar ou suar. Filtro solar com fator de proteção (FPS) 30 ou superior é recomendado para a maioria das pessoas, mas para peles mais claras ou com histórico da doença, pode ser necessário um FPS maior.
O câncer de pele só aparece em quem tem muitas manchas ou sinais - MITO
Embora possam ser indicativos de alterações na pele, o tumor também pode surgir em áreas da pele que aparentemente estão normais, sem nenhuma alteração visível. Além disso, alguns tipos da doença, como o melanoma, podem se desenvolver de forma silenciosa, sem grandes mudanças aparentes. Por isso, é fundamental realizar exames regulares com dermatologistas, que podem identificar alterações precoces.
Só quem tem histórico familiar de câncer de pele corre risco- MITO
Ainda que o histórico da doença na família seja um fator de risco, a maioria dos casos ocorre em pessoas sem qualquer vínculo familiar. A exposição solar excessiva ao longo da vida, especialmente na infância e adolescência, também contribui para o desenvolvimento do câncer de pele.
Como prevenir o câncer de pele
Evite a exposição solar prolongada, especialmente nos horários de pico, entre 10h e 16h.
Use protetor solar com fator de proteção solar (FPS) adequado para o seu tipo de pele, e reaplique-o a cada 2 horas.
Vista roupas de proteção, como chapéus de abas largas e óculos de sol, e prefira roupas com proteção UV.
Realize o autoexame da pele regularmente, observando alterações de cor, formato ou tamanho de manchas. Se notar qualquer mudança, procure um dermatologista.
Fique atento a sinais de alerta, como feridas que não cicatrizam, manchas que coçam ou sangram.
Nem todo câncer de pele é igual
William Fuzita explica que existem dois tipos da neoplasia: o melanoma e o não melanoma (o mais comum deles). Entre os sintomas do câncer de pele não-melanoma estão a presença de lesões cutâneas com crescimento rápido, feridas que não cicatrizam e que podem estar associadas a sangramento, coceira e algumas vezes dor. Esses sinais geralmente surgem em partes do corpo que costumam ficar mais expostas ao sol, tais como rosto, orelhas, pescoço e braços.
Já o câncer de pele do tipo melanoma costuma se manifestar através de pintas escuras que apresentam modificações ao longo do tempo. Esse tipo de tumor pode aparecer na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais.
Pessoas com histórico familiar de melanoma e/ou que tenham um volume maior que 50 pintas pelo corpo também devem ficar atentas aos riscos de desenvolver a doença.
"Quando o melanoma ou os carcinomas são diagnosticados em fase inicial o tratamento cirúrgico é o mais adequado! Em fase avançada, com a presença de metástase, os tumores devem ser tratados com terapias sistêmicas ( medicamentos). Pesquisas incessantes e investimentos em novas tecnologias têm proporcionado desdobramentos promissores no combate à doença. Hoje, os pacientes diagnosticados precocemente têm acesso a terapias mais eficazes e menos invasivas, que aumentam as chances de cura e de preservação da qualidade de vida", finaliza o oncologista da Oncoclínicas Manaus.
D24am