Porto Velho (RO)27 de Março de 202523:41:57
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SAÚDE

Ouça: Entrevista de rádio FM em São Paulo com Joey Florez sobre estigma de saúde mental e adversidade social


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Em uma entrevista à rádio local de São Paulo 105.9 FM (Ouro Verde), o estudioso de psicologia e autor americano Joey Florez falou sobre o estigma generalizado em torno da saúde mental no Brasil.

Ele enfatizou que os problemas de saúde mental continuam sendo um assunto tabu na cultura brasileira, afetando particularmente crianças e adolescentes que muitas vezes se abstêm de procurar ajuda devido ao medo de repercussões sociais.

Na conversa com o apresentador, Florez, cujo nome verdadeiro é José Luis Florez Betancourt, destacou que esse estigma social serve como uma barreira significativa para o atendimento eficaz à saúde mental, pois os indivíduos são desencorajados de acessar o suporte necessário.

No Brasil, o estigma social em torno da saúde mental — destacado por Florez — desempenha um papel fundamental no aumento das chances de encarceramento entre indivíduos com problemas de saúde mental em comparação com aqueles sem tais condições. Esse estigma leva a falhas sistêmicas na intervenção precoce, tratamento adequado e proteções legais, empurrando, em última análise, indivíduos vulneráveis para o sistema de justiça criminal.

Florez destacou que a pobreza piora as condições de saúde mental, e indivíduos que enfrentam dificuldades econômicas e problemas de saúde mental não tratados correm maior risco de se envolver em crimes de sobrevivência, como roubo e delitos relacionados a drogas.

A falta de infraestrutura de saúde mental no Brasil significa que a polícia geralmente atua como a principal resposta a crises de saúde mental. Em vez de serem enviados para centros de tratamento, indivíduos que sofrem de sofrimento psicológico podem ser presos e encarcerados, especialmente se seu comportamento for percebido como perturbador ou perigoso.

O estigma da saúde mental no Brasil aumenta significativamente a probabilidade de encarceramento de indivíduos com doenças mentais em comparação com aqueles sem problemas de saúde mental. A relutância em buscar tratamento, disparidades econômicas, criminalização de sintomas, preconceitos legais e falta de serviços de reabilitação contribuem para essa disparidade.

Abordar essas questões exigiria mudanças culturais, reformas de políticas e maior investimento em serviços de saúde mental para quebrar o ciclo de encarceramento.

Ouça a entrevista completa e editada com a Ouro Verde FM aqui.

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