1.1 O Barco Brasil está à deriva
Quando o dólar bateu R$4 a R$5 na era Bolsonaro, houve gritos de alegria, fogos, a izquierda fez festa e gritou "fora Bozo". Ontem o dólar de chegou a R$6,20 sem pandemia, Paulo Guedes, Bozo, aí o Barco Brasil adernou e parou, ainda que tenha ou talvez, até por ter ao seu lado um consórcio que lhe garante fazer o que quer. O governo hoje é um navio em alto mar avariado quase à deriva. O STF que atua como moto-propulsor está centrado noutras funções e na ponte de comando do navio há alguém como na ficção do Jorge Amado, o Capitão de Longo Curso Vasco Moscoso de Aragão do livro "Os Velhos Marinheiros" com 40 oficiais, 513 marinheiros, 81 mestres e nos porões 216 milhões de almas algumas a ferros, na esperança de ver algo que os leve a terra firme. Ah, e tem a piada do Zeca PT: ele quer a PF lacrando a Av. Faria Lima, onde mora a fonte dos seus pesadelos.
1.2 Pra quem você tira o chapéu?
Cada um fez e faz sua parte. Lá atrás o Brasil encarou as falcatruas do mensalão, petrolão e outros "ões". A corrupção foi maior que a dos "Anões, do Orçamento" e certo dia a água lavou o convés quando o príncipe herdeiro da Odebrecht, sem indícios de tortura, falou sobre Toffoli, chamando-o "amigo, do amigo do meu pai" e a água subiu mais cobrindo a ponte de comando. Bolsonaro, um deputado baixo clero catalisou o sentimento brasileiro, virou presidente, mas sem habilidade virou refém de si mesmo e da família para dar ou levar um golpe. Lá se vão 5 anos de caos. O Barco Brasil para não ir a pique de vez, detonou o píer, jogou fora a carga e se fez ao mar em direção à China. Passamos por pandemia, inquérito 4781, Lula preso. Solto e com seus direitos que diz não ter tido o benefício da dúvida e direito de defesa, virou presidente, a Lavajato virou pó, os fatos viraram narrativas e a verdade como soe, afundou nas águas e na memória. Desde as eleições a massa bolsonarista se perdeu saindo das redes sociais para a frente dos quartéis e desde o 8/1 o medo tomou conta, mas foi como a vitória de Pirro. Hoje, enredado num cipoal, cheio de problemas para governar, Lula vê seu rival noutro cipoal, o jurídico, e sabe que só há uma opção: limpar os seus rolos nos rolos do outro e nisso ele e seu grupo são competentes. A vida imita a arte e na "Revolução dos Bichos" do Orwell, porcos e humanos se descobrem iguais. A polarização nos iguala e é obrigação mais que destino, fazermos a leitura, entender o jogo e jogar com astúcia, consciência, respeito, tolerância, usando sem medo a liberdade para se expressar. Para quem você vai tirar o chapéu? Eis a escolha. É isso ou o caos.
1.3- Me dá um dinheiro aí...
Para quem não entendeu como o Congresso vai fazer para votar a maluquice do Haddad, táqui: é grana. Acuado por Artur Lira e 17 líderes, o governo vai pagar as emendas de comissão depois que ele mandou a fatura por debaixo dos panos, mas com um parecer com ares de legalidade. Na verdade foi uma rasteira no STF e na cara dura eles deram um nó e largaram a bomba no colo da Casa Civil que vai ter que se arrumar com o ministro Flávio Dino, o que convenhamos é um galho fraco ou se preferem, um café pequeno para ajoujar como dizem os mineiros. O texto ou se preferem, o parecer jurídico do Lira et caterva, é um primor de coisa malfeita, mas muito bem feita: "Firmadas todas essas considerações, verifica-se que adveio ao Poder Executivo Federal um ofício subscrito por 17 deputados, líderes de específico partidos na Câmara de Deputados, qualificando-se como solicitantes de um amplo rol de emendas RP8. Observa-se que, em atenção aos requisitos acima expostos, houve o preenchimento formal dos requisitos". Mas há sempre um mas, os que ficaram de fora do rateio das emendas, dizem que a AGU é que deveria se manifestar. E agora, adendo para calar a boca dos enjeitados no toma-lá-dá-cá? Vão soltar a mula veia na estrada ou o Psol vai trancar a porteira?
1.4- Por falar em soltar a mula...
Acho que tiraram massa intestina da cabeça do Vein do 3º andar. Serelepe ele já fala de reforma ministerial. Nada de reduzir ministérios, porém. Seus aliados PSD e o União Brasil, querem mais espaço e levaram bicos, lágrimas e insatisfações ao "hómi" para mostrar que podem apoiar com galhardia as medidas de governo. A principal sinalização se deu quando no início da tramitação do pacote para corte de gastos os 2 partidos titubearam para aprovar o pedido de urgência. O PSD só mudou de posição depois da reunião de última hora com Rui Costa e Alexandre Padilha em 3 de dezembro. E o que quer o governo? Que tal passar o cadeado na porta e bloquear o centrão deixando livre Lulex para 2026? O União Brasil tem Caiado com gosto de gás e Tarcísio que diz não, mas o Republicanos quer. Na lista do "pé na bunda" estão pela broxa o Pimenta, Silveira, Wellinton Dias, Nísia, Lewandowski, Fávaro, Marcio Macedo Padilha, Rogério e Rui Costa. Juscelino, Haddad, Dino, Alexandre de Moraes, Barroso, Janja, Felipe Neto e jornalistas de fé, irmãos, camaradas ficarão onde estão, por razões que nem a razão explica.
02- Ponto final
Tenho profundo respeito pelo trabalho que desenvolve a Idaron e sua equipe, mas nas melhores fazendas existem cobras. Paciência. Que as investigações sobre os 14 mandados de busca e apreensão na ULSAV em Alta Floresta avancem e que a presunção de inocência e devido processo legal sejam respeitados. Ao final, se apurada a culpa que cada um pague nos limites de suas culpas. A Idaron não merece passar por isso pelos importantes serviços prestados ao estado e pela seriedade com que atua em benefício da produção de Rondônia. É uma lástima.
03- Penúltimo pingo
Vamos falar de saúde de novo? Quem pode paga um plano. Quem não pode usa o SUS abarrotado. Famílias se quebram em prol do plano de saúde. Impostos, que deveriam financiar o SUS se perdem pela ineficiência e descontrole. A saúde pública é responsabilidade do Estado, mas todos devem lutar para que a atenção não seja apenas para os hipossuficientes que aliás são os que mais necessitam por serem mais sucetíveis a doenças e mazelas. Mas o pagador de impostos que mantem o sistema de pé, deve ter garantido pra si a previsão constitucional. Está lá escrito. Quero convida-lo a refletir sobre sto. Que tal um Projeto de Lei Popular que incentiva o fortalecimento das instituições filantrópicas que sustentam o SUS? Que tal adotar mecanismos para desoneração tributária ampliando e assegurando o atendimento universal através do terceiro setor de forma que para cada real investido haja retorno em cidadania, qualidade, agilidade e eficiência? Você topa?
Léo Ladeia