Terrível ou maravilhoso
Desde que foi anunciada para se realizar em Belém em novembro deste ano, a COP30 já foi bombardeada de todas as formas por negacionistas e outros inimigos. Os dois tiros mais recentes foram os altos preços de hospedagem na capital paraense e o questionamento sobre realizar a conferência no Brasil sob ataque do pertinaz presidente norte-americano Donald Trump, um no tório criador de encrencas.
Difícil acreditar que os preços de hospedagem fossem muito diferentes em qualquer outra capital que viesse a sediar a COP e ainda mais difícil supor que a ofensiva de Trump sobre o Brasil viesse a passar muito das palavras "terrível" ou "maravilhoso", que ele usa sempre para definir o que não gosta e o que deseja.
Os EUA não vão invadir o Brasil e o governo ganhou um presente do bolsonarismo e de Trump, já que pode sair da defensiva e exercer o papel de proteger os ataques tarifários os setores mais afetados pela agressividade do líder gringo. O Brasil vai sair mais forte desse embate e o bolsonarismo golpeou a própria cabeça ao protagonizar o vexame com esparadrapo e correntes na Câmara Federal e no Senado em 6 de agosto.
A três meses da COP30, não vale mais questionar se ela será realizada ou não no Pará, mas se o papel de macaco em loja de cristais de Trump trará mais objetividade, pois já se viu que os inimigos do clima regulado são capazes de qualquer loucura.
Baitas dificuldades
Conferindo as movimentações políticas de bastidores, constato grandes dificuldades dos governadoraveis em fechar boas nominatas para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. Por contar com a máquina do governo e pertencer ao maior partido em Rondônia, que é o União Brasil, o postulante chapa branco, o vice-governador Sergio Gonçalves larga na frente. Também já tem um candidato ao Senado fechado que é o governador Marcos Rocha e nominatas competitivas a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. A mesma facilidade não tem o ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) e seu outro concorrente na capital, o deputado federal Fernando Máximo.
Caravana esperança
A caravana esperança, que reúne oito partidos de esquerda e centro, tem como governadoravel o senador Confúcio Moura (MDB) e ao Senado o ex-senador Acir Gurgacz (PDT) já com nominatas em formação para Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. Na frente de Hildon Chaves e Fernando Máximo, que ainda estão se arrumando. Mas tendo Marcos Rogerio (PL) ou Ivo Cassol (PP) pela frente, a composição apoiada por Lula terá candidaturas mais bem estruturadas com chapas completas ao Senado, Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.
Fogueira de vaidades
Já temos candidatos ao Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual, para dar e vender para as eleições do ano que vem. Alguns postulantes ficarão pelo meio do caminho, outros acabarão se tornando vices dos nomes realmente de ponteira designados pelas boas pesquisas eleitorais. O que tem impedido as alianças até agora é a chamada fogueira de vaidades. Se um candidato a governador é consultado para ser vice, logo se ofende e vira a cara para o outro, como se a proposta apesentada fosse uma ofensa. E muitos políticos acreditam que tem muito mais prestigio que os adversários.
Baixo clero
Por conta da fogueira de vaidades vigente em Rondônia os cargos de candidatos a vice-governadores em nosso estado são concedidos geralmente aos políticos do baixo clero. É só lembrar na história política rondoniense alguns casos: os vices dos governadores Ivo Cassol eleito e reeleito, os vices do governador Confúcio Moura, eleito e reeleito, os vices do atual governador Marcos Rocha, tampem inexpressivos, figurando todos no listão do baixo clero. Nos primórdios das eleições rondonienses, eram escolhidos vices de peso, como foram os casos de Jeronimo Santana emplacando o deputado federal Oestes Muniz, com Oswaldo Piana com seu vice, ex-prefeito e deputado federal Assis Canuto.
Vices que assumiram
Já os vice-governadores que assumiram a titularidade para que os governadores disputassem o Senado, casos de João Cahula (Ivo Cassol) e Daniel Pereira (de Confúcio) não prosperaram. Na trajetória dos vices que não assumiram, o vice de José Bianco, Miguel de Souza, chegou a ser deputado federal. Vices de asas crescidas, como Aparício Carvalho (de Valdir Raupp) não conseguiram ir em frente. Agora se vê o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) todo embrulhado pelos marqueteiros e já com o peito estufado como um pombo, assumindo o governo em abril, já modelando para disputar o cobiçado Centro Administrativo Rio Madeira
Nossa decadência
Constato com grande tristeza a decadência da nossa representação no Congresso Nacional em Brasília. Não bastasse a eleição de Eurípedes Lebrão, flagrado com filmagens e tudo em episódio de propinas, e cassado recentemente, extremistas da laia do coronel Chisostomo, despreparados para o cargo como o senador Jaime Bagatolli, acaba de assumir as funções de deputado federal Rafael Bento, conhecido como Rafael Fera. O cara é uma besta fera, produzido em Ariquemes, ridicularizando o parlamento brasileiro com tanto despreparo para a função e colocando Rondônia num patamar vexatório.
A reposição
Vejo as mulheres em dificuldades para repor as duas cadeiras na atual composição de oito deputados federais de Rondônia em Brasília. A deputada federal Silvia Cristina (PP) já anunciou que vai pleitear o Senado, a deputada federal Cristiane Lopes, eleita com baixa votação, não engrenou no cargo e é quase certo que cairá do cavalo no pleito 2026. Caberá a ex-deputada federal Mariana Carvalho (Porto Velho -União Brasil), a suplente de deputada federal Joliane Fúria (PSD-Cacoal), a atual deputada estadual Yeda Chaves (União Brasil-Porto Velho), a ex-deputada federal Jaqueline Cassol (PP-Rolim de Moura), entre outros nomes ascendentes assegurar a reposição da representatividade feminina em Brasília.
Via Direta
*** A explosão de episódios de violência doméstica em Rondônia é atribuída ao álcool e as drogas que potencializam os desentendimentos familiares. No quesito feminicidios Porto Velho atingiu o pódio nas estatísticas nacionais *** O fenômeno das terras caídas, que são os desbarrancamentos na beira dos rios em Rondônia aumentou muito em agosto, em locais como na região do Cai N’Água na capital rondoniense e nas localidades de Nazaré e Maravilha *** Como tem aumentado as estatísticas de prefeitos rapinando recursos públicos. Hoje em dia encontrar um prefeito honesto é uma raridade.
Carlos Sperança