Porto Velho (RO)07 de Agosto de 202504:48:02
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No zap, vizinhos de Bolsonaro condenam "confusão" feita por apoiadores

Após protesto por Bolsonaro, grupo de moradores tem briga, medo de invasão e críticas à PM. Veja as mensagens obtidas pelo Metrópoles


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No zap, vizinhos de Bolsonaro condenam “confusão” feita por apoiadores

BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

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Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) realizaram, na noite dessa terça-feira (5/8), um buzinaço seguido de uma carreata contra o decreto de prisão domiciliar do ex-presidente. O ato partiu da Torre de TV, em Brasília, percorreu as principais avenidas da capital federal e terminou no condomínio onde o ex-presidente reside, no bairro Jardim Botânico. Esse foi o segundo dia seguido de manifestações de apoiadores de Bolsonaro.

O protesto dividiu opiniões entre os vizinhos do ex-presidente, que comentaram em um grupo de WhatsApp do Condomínio Solar de Brasília sobre os bloqueios realizados pela Polícia Militar e pelos próprios apoiadores na entrada do local.

O Metrópoles teve acesso às mensagens trocadas entre os moradores. As principais preocupações giram em torno da possibilidade dos bolsonaristas realizarem acampamentos na frente do condomínio e a dificuldade de "ir e vir" de quem mora região.

O grupo de WhatsApp, criado originalmente para a troca de informações cotidianas, também foi tomado por discussões políticas e troca de farpas entre vizinhos.

"Tá uma loucura aqui fora. Quero chegar em casa. Buzinando, polícia, corneta. Um inferno", disse uma das moradoras. "Eu só quero chegar em casa, mas o trânsito não anda", lamentou.

Já perto da meia-noite, uma vizinha reclamou da situação: "Um absurdo essa hora e essa confusão. Pior ver o tanto de polícia e não dispersam".

"Espero sinceramente que a administração tome providências para garantir a entrada e saída dos condôminos, livremente e em segurança. Nada justifica bloquear entradas, aglomerar nas portarias. Quem quiser se manifestar que procure um lugar que não impeça o direito de ir e vir do moradores", cobrou um homem.

Em tom de alerta, um dos moradores chega a afirmar que, caso os apoiadores de Bolsonaro armem acampamentos, eles estariam "ferrados". Uma vizinha respondeu afirmando que, se esse fosse o caso, seria preciso denunciar os participantes para "retirar quem estiver atrapalhando o direito de ir e vir".

"Se a segurança ficar comprometida, já já levam para a Papuda. É um erro virem fazer protesto aqui", disse outra pessoa.

Batalha ideológica

Apesar de a maioria demonstrar preocupação com a segurança, o grupo acabou se tornando um campo de batalha ideológica. Um morador criticou o ex-presidente: "Podia levar de uma vez para a Papuda. Ele vai para lá mesmo, não é? Ao menos dá logo sossego para a gente e para mais 200 milhões". Logo em seguida, foi rebatido por outra vizinha: "Que Deus te retribua em dobro".

Em meio à tensão, ainda houve espaço para ironia - ou provocação. "Bora fazer um churrasco de confraternização?", perguntou uma vizinha. A resposta veio em seguida: "Só entre os seus comparsas que se alegram com a desgraça do outro".

Prisão domiciliar de Bolsonaro

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi decretada nessa segunda-feira (4/8), após a divulgação de um vídeo gravado por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), nas redes sociais. Na gravação, feita durante manifestação no Rio de Janeiro, o ex-presidente aparece discursando ao telefone. O vídeo foi apagado posteriormente.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), entendeu que Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares impostas ao se manifestar por meio de terceiros - o que motivou a decisão judicial.

Manifestações em apoio ao ex-presidente foram registradas em diversas capitais do país durante o final de semana, como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Em Copacabana, Bolsonaro agradeceu o apoio: "Obrigado a todos. É pela nossa liberdade. Pelo nosso Brasil. Sempre estaremos juntos".

Nesta quarta-feira (6/8), Moraes autorizou visitas de filhos, netos, netas e cunhadas ao ex-presidente. As visitas não precisarão ser previamente comunicadas, mas permanece a proibição de uso de celular ou registros em vídeo.












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