Após criticar megaoperação, Lula divulga ações contra crime organizado
Ricardo Stuckert / PR
Os perfis do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas redes sociais fizeram uma postagem nesta terça-feira (4/11) divulgando as ações do governo federal contra o tráfico de drogas e o crime organizado. A publicação foi feita horas depois de o petista criticar a megaoperação no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos. Foi a primeira vez que o chefe do Executivo subiu o tom sobre o ocorrido, que classificou como "matança".
"O governo do Brasil está atuando para quebrar a espinha dorsal do tráfico de drogas e do crime organizado. Com mais inteligência, integração entre as forças de segurança e foco nos cabeças do crime — quem financia e comanda as facções", diz a postagem.
A nota aponta que, nos últimos dois anos, as ações federais retiraram R$ 19,8 bilhões de organizações criminosas e ressalta o aumento do número de operações da Polícia Federal (PF), que cresceu 80% desde 2022. A publicação também destaca que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 850 toneladas de drogas em 2024, alcançando um recorde histórico.
Como nas últimas publicações feitas sobre o tema, Lula evidenciou a importância da aprovação de dois projetos do governo sobre segurança pública que estão no Congresso: o PL Antifacção e a PEC da Segurança Pública.
Segundo o presidente, "essas medidas completam o ciclo da segurança: investigação mais eficaz, integração institucional e base legal sólida — uma combinação que consolida o enfrentamento ao crime no Brasil".
Mais cedo, Lula afirmou que a megaoperação no Rio foi "desastrosa" e defendeu a atuação da PF nas investigações das mortes. A declaração mais contundente do presidente foi dada uma semana após a operação. Até o momento, o titular do Planalto só tinha falado sobre o assunto através de postagens nas redes sociais.
"Nós estamos tentando essa investigação. Nós, inclusive, estamos tentando ver se é possível os legistas da Polícia Federal participarem do processo de investigação da morte, como é que foi feito, porque tem muito discurso, tem muita coisa. As pessoas foram enterradas sem que houvesse a perícia de outro órgão. Então, nós estamos trabalhando nisso", disse Lula a jornalistas estrangeiros que estão em Belém (PA) para a COP30.
"A decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança. E houve matança. O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortos, as pessoas podem considerar um sucesso, mas, do ponto de vista da atuação do estado, eu acho que foi desastrosa", completou o presidente.
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