Porto Velho (RO)10 de Maio de 202518:02:33
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Alinhamento de políticas ambientais e sociais ganha força entre estados amazônicos

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Foto: Reprodução

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No contexto atual, em que as mudanças climáticas e a necessidade de desenvolvimento sustentável ocupam lugar central nas agendas globais, a busca por soluções integradas e regionais ganha relevância ainda maior. A reunião da Câmara Setorial de Planejamento e Gestão Estratégica do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, realizada em Brasília, destaca esse esforço coletivo no âmbito da Amazônia. Mais do que um evento protocolar, o encontro simboliza um movimento de convergência entre estados que, historicamente, enfrentam desafios socioambientais e econômicos complexos, mas que agora buscam respostas conjuntas para questões que ultrapassam fronteiras.

O alinhamento de políticas públicas de longo prazo para a Amazônia Legal não é apenas um imperativo moral, mas uma necessidade estratégica. O desenvolvimento da região exige um olhar que compreenda suas múltiplas realidades: desde a preservação dos ecossistemas e a valorização das populações tradicionais até a promoção de alternativas econômicas sustentáveis que possam garantir renda, inclusão social e respeito ao meio ambiente. Ao discutir a Estratégia Brasil 2025-2050 e a agenda da COP30, os estados da Amazônia Legal reafirmam o compromisso com uma trajetória de desenvolvimento que privilegie tanto a proteção ambiental quanto a melhoria das condições de vida de seus habitantes.

Entretanto, a construção dessa agenda comum esbarra em desafios conhecidos. Os interesses dos diferentes estados nem sempre convergem naturalmente; há demandas específicas, contextos socioeconômicos distintos e níveis variados de capacidade institucional. Por outro lado, a fragmentação das ações costuma resultar em políticas ineficazes ou insuficientes diante da escala dos problemas regionais. Por isso, a articulação promovida pelo consórcio interestadual é um passo importante rumo à superação do isolamento e à construção de soluções compartilhadas.

O envolvimento de órgãos estratégicos e técnicos de várias esferas demonstra que o compromisso com a sustentabilidade não pode ser restrito a discursos. É essencial que o debate se traduza em metas claras, indicadores mensuráveis e políticas públicas efetivas. A experiência da Amazônia Legal pode — e deve — servir de referência para o país, especialmente quando o mundo volta seus olhos para a região, cobrando resultados concretos na luta contra o desmatamento e na busca por novos paradigmas de desenvolvimento.

É necessário, contudo, que o entusiasmo institucional seja acompanhado por mecanismos de controle social, transparência e participação das comunidades locais. O caminho para o desenvolvimento sustentável da Amazônia passa, invariavelmente, pela escuta ativa da sociedade, pela valorização do conhecimento local e pelo respeito à diversidade regional. O sucesso das estratégias discutidas dependerá, em larga medida, da capacidade de transformar compromissos em ações concretas, de promover cooperação efetiva entre estados e de garantir que os benefícios do desenvolvimento alcancem toda a população amazônica.







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