Porto Velho (RO)01 de Julho de 202516:39:18
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Diário da Amazônia

Entre reis e rupturas: o Brasil que se reescreve

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Foto: Reprodução

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Palavras mágicas

Para um país presidencialista (ou semiparlamentarista, a julgar pelo domínio do Centrão no Congresso Nacional) o Brasil está cheio de reis e rainhas. Alguns até funcionam como educadores populares, tais como Pelé, que combateu o racismo no país, embora outros reforcem preconceitos, como o Rei do Ovo, que ataca o Programa Bolsa Família, importante instrumento de elevação social para as famílias mais pobres. Mas hoje há pelo menos um deles que merece atenção pelo que faz e diz, para além do rótulo: Roque Quagliato, considerado o "Rei do Gado".

Já de longa data acusado de desmatamento e submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão, o pecuarista anunciou sua disposição de reescrever a história da produção animal na Amazônia. Faz parte da reescrita não só afirmar que o desmatamento é um caso de cadeia para os criminosos, mas principalmente identificar seu gado com chips, favorecendo a rastreabilidade, indispensável para o futuro da atividade, mirando a conquista de novos mercados e bons preços.

O exemplo dele vai inspirar os produtores que torceram o nariz para a exigência de rastreabilidade até janeiro de 2027. Com as declarações de Quagliato eles começam a se mexer nesse sentido, já que inicialmente a mobilização foi mínima. Rei sábio, ele conhece as palavras mágicas para motivar os súditos: ganhar mais, com mais clientes e menos problemas.

Goela abaixo

Mesmo com protestos generalizados da classe política de setores vivos da sociedade catarinense, incluindo até forças conservadoras, o ex-presidente Jair Bolsonaro está impondo goela abaixo a candidatura do seu filho Carlos Bolsonaro, que é vereador no Rio de Janeiro, ao Senado em Santa Catarina. Há protestos de Florianópolis a Chapecó, mesmo o estado sendo o mais bolsonarista do país, com índices superiores ao conservadorismo existente em Rondônia, Mato Grosso, Acre e Rondônia. O racha conservador será grande perante a população barriga verde, mas o clã do mito já confirmou seu projeto naquelas bandas.

A conspiração

Existem comentários fomentados nos bastidores políticos que os opositores a candidatura do vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) já tramam seu afastamento, caso não desista do seu projeto de "reeleição" quando assumir o cargo em abril do próximo ano. Com Gonçalves "impinchado", quem assumiria o governo estadual em substituição ao atual governador Marcos Rocha que já confirmou a disputa de uma cadeira ao Senado, seria o deputado estadual Alex Redano (Ariquemes), atual presidente da Assembleia Legislativa e com isto o candidato ao Palácio Rio Madeira dos chapas brancas seria ele. Redano ao CPA, Marcos Rocha e Silvia Cristina ao Senado, uma chapa unindo Ariquemes, Ji-Paraná e Porto Velho.

Menor migração

Campeão de migração oriunda de outros estados ao final dos anos 70 e a década de 80, atualmente Rondônia está entre os estados que menos recebem migrantes. Muito pelo contrário, na última década exportou contingentes humanos para outros estados se registrando um grande retorno às origens, ou seja, aos estados que mais exportaram habitantes para cá, como o Paraná, Minas Gerais e Espirito Santo. Na ponta do estado que mais recebeu migrantes -inclusive de rondonienses - está Santa Catarina, com o melhor nível de emprego no país, melhor saúde, segurança e tantos outros indicativos.

Declínio demográfico

Conforme os levantamentos do IBGE, os estados, pela ordem, Piauí, Amapá, Rondônia e Acre foram os mais atingidos pela evasão de seus moradores, no caso de Rondônia, com certeza após o ciclo das usinas de Santo Antônio e Jirau acabou com uma era de grande prosperidade com milhares de trabalhadores e suas famílias deixando o estado. O mesmo fenômeno ocorreu em Altamira, no Pará depois do termino da obra da usina de Belo Monte. Lembro que ao final de década de 70, o mesmo fenômeno de pós-usina provocou o declínio populacional de Foz do Iguaçu, com a conclusão de Itaipu. Foz demorou parasse recuperar.

Via Direta

*** Visando seu projeto de reeleição, a deputada estadual Ieda Chaves (União Brasil) tem priorizado suas ações em favor das mulheres em todo o estado *** Ela não atender apenas as reivindicações da capital, onde foi a mais votada, mas também de muitos municípios do interior do estado *** O governador Marcos Rocha e o prefeito Leo Moraes já estão adequando suas gestões a partir deste meio do ano visando as eleições do ano que vem *** Secretários importantes serão substituídos para ampliações das bases aliadas que estão fortalecendo suas paliçadas para as pelejas que vem por aí *** Dizem que Rocha e Leo devem seguir pulando cirandinha e tem projetos conjuntos para as eleições de 2026. Será?

Carlos Sperança

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