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Medo perdendo
A polarização entre conservadores e liberais, reduzida ao já desgastado lulismo x bolsonarismo, cede lugar no Congresso à discussão entre quem vai pagar o ajuste fiscal: os ricos ou os pobres? Os problemas de saúde de Lula e Bolsonaro podem torná-los apenas cabos eleitorais em breve. No Congresso, o Centrão tende a repartir a conta entre ricos e pobres. Como estes costumam votar em ricos bons de conversa para representá-los, vão pagar mais que os outros, mais bem representados. São, portanto, polarizações que podem se dissolver nos próximos meses.
Restará uma polarização que tende a ser predominante por anos: entre os desenvolvimentistas, que pregam grandes obras apesar dos riscos ambientais, e os ambientalistas, que atribuem o aquecimento global à ação humana predatória sobre a natureza e abominam projetos de alto impacto sobre a natureza, como a Ferrogrão e a exploração de petróleo no delta do Rio Amazonas.
Os desenvolvimentistas dominam todos os cenários internos, mas perdem na opinião pública mundial, pois os ambientalistas e catastrofistas apocalípticos apresentam as grandes obras como agentes do ponto sem retorno. Nesse caso, o colapso da floresta liberaria excessivas quantidades de carbono, impedindo qualquer ação corretiva. Como o Brasil quer progredir e se tornar país de Primeiro Mundo, o entusiasmo dos desenvolvimentistas por enquanto vai vencendo o medo espalhado pelos apocalípticos.
Eleições 2026
Alguns possíveis postulantes ao governo de Rondônia estão mais contidos, com interesse em não antecipar o processo sucessório. O ex-governador e atual senador Confúcio Moura, diz que não pré-candidato (mas já está em campanha com sua caravana da esperança), Marcos Rogério (PL) garante que é candidato a reeleição a senador, mas é outro que já está equipado para a peleja do CPA, o vice-governador Sergio Gonçalves (que foi ameaçado por adversários até de um afastamento), refreou suas andanças e catimba o jogo. Ainda tem Adailton Fúria (PSD) e Hildon Chaves (PSDB) animados para a peleja.
Pacote de medidas
O governo Lula está preparando um verdadeiro pacote de medidas para beneficiar o mercado imobiliário que em algumas regiões do país está patinando. As medidas são aguardadas com grande expectativa também em Porto Velho, onde o setor vivencia uma bolha imobiliária juntamente com mais 15 municípios brasileiros mais afetados. Com as vendas reduzidas por aqui os corretores estão urrando e buscando até bicos em outras atividades para pagar os boletos do final do mês. As incorporadoras reclamam muito ainda é da taxa de juros para a aquisição de imóveis. A coisa está osso!
Pelo caminho
Alguns pré-candidatos ao governo estadual de Rondônia já estão ficando pelo caminho. O deputado federal Lucio Mosquini (MDB-RO) que tinha a intenção de tomar um partido goela abaixo para sustentar sua candidatura ao CPA e começou o ano bem animado, arrefeceu os contatos. O mais provável é que dispute mais uma reeleição, já que o campo ao Senado, na região central já está minado com candidaturas do porte do ex-senador Acir Gurgacz, da deputada federal Silvia Cristina, do pecuarista Bruno Scheidt, apadrinhado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Mosquini até tentou tomar um partido para chamar de seu, mas foi escorraçado.
Caiu do cavalo
Ainda falando em termos de Lucio Mosquini, a sorte não tem ajudado. Ele foi deposto da presidência estadual do MDB de Rondônia, onde mandava no bolão do fundo partidário, mas por ter se declarado bolsonarista, num partido que tem sido base do governo Lula e por ter sido bocudo perdeu o controle dos recursos da legenda. Poderia se fazer de "morto", esperando a janela partidária de abril do ano que vem para então se transferir para uma legenda bolsonarista sem precisar entregar o comando do MDB.
Carlos Sperança