Porto Velho (RO)18 de Agosto de 202517:11:13
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Diário da Amazônia

A Caravana da Esperança agitou os bastidores políticos de Ariquemes

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Foto: Reprodução

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Divisão de culpas

Mesmo ainda sem impacto real do tarifaço maluco de Donald Trump, há quem já aumente os preços pondo a culpa nele. No caso da perda de 30 milhões de hectares queimados no país em 2024, com a extensão maior dos prejuízos na Amazônia, segundo o Relatório Anual do Fogo do MapBiomas, é fácil aos criminosos responsáveis por grande parte desses prejuízos atribuir tamanha destruição a um fator menos capaz de se defender que o irrequieto presidente dos EUA: a severidade da seca nos anos anteriores.

Há novidades, entretanto, uma vez que as informações foram compiladas pelo mapeamento de cicatriz de fogo com imagens de satélite. Além de ser o mais completo mapa do fogo já feito no país, ele define as áreas mais atingidas, mas também separa o fogo em área nativa e em regiões com ação humana.

Os biomas com maior proporção de vegetação nativa afetada pelo fogo entre 1985 e 2024 foram Caatinga, Cerrado, Pampa e Pantanal, todos com mais de 80% da extensão afetada. Já na Amazônia e Mata Atlântica, 55% do fogo ocorreu em áreas antrópicas (modificadas pelo ser humano).

Na Amazônia, 53,2% da área queimada ao longo dessas quatro décadas foi em pastagens. Com a evolução do monitoramento via avanço da ciência será possível um olhar mais preciso sobre a realidade do desmatamento, sem as antigas generalizações que apontavam o dedo acusador em uma só direção.

Caravana da esperança

A Caravana da Esperança, movimento partidário que reúne siglas de centro e da esquerda, agitou os bastidores políticos de Ariquemes no final de semana. O agrupamento é liderado pelo MDB, PT, PDT e junta no mesmo balaio oito partidos. O que se sabe é que a coalizão projeta a candidatura do senador Confúcio Moura ao Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual e do ex-senador Acir Gurgacz disputando uma cadeira ao Senado com respaldo do movimento partidário. A avaliação das lideranças é que a coalizão está se agrupando e ganhando força em todo estado.

Ratos bolsonaristas!

Diante do lançamento de candidaturas bolsonaristas ao Palácio do Planalto, casos dos governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-Goiás), Carlos Massa Ratinho Junior (PSD-Paraná) e Romeu Zema (Novo-Minas Gerais), os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro estão detonando as iniciativas e taxando os governadores de ratos covardes. Algo que é extensivo também ao governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, que se movimenta também para viabilizar sua candidatura presidencial. O fato é que ninguém mais acredita que o mito Jair Messias conseguirá ser candidato e todos os interessados já estão entrando na disputa e antecipando a corrida sucessória ao Planalto.

A força do MDB

Partido que mais emplacou governadores e senadores em Rondônia, o MDB trabalha ativamente para repor as perdas ante o advento do bolsonarismo no estado. Com vistas a captação de possíveis postulantes à Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados, o partido tem recebido filiações importantes para compor a coalisão denominada caravana esperança que vai sustentar chapas completas nas pelejas do ano que vem. O MDB emplacou Ângelo Angelim (Vilhena), como governador nomeado em 1985, elegeu o governador Valdir Raupp (Rolim de Moura) e elegeu e reelegeu Confúcio Moura (Ariquemes) no chamado CPA.

Sem favoritismo

È importante lembrar no contexto histórico, que o MDB nunca foi favorito nas disputas ao antigo Palácio Presidente Vargas. O governador nomeado, Ângelo Angelim, por exemplo, foi o deputado estadual menos votado a Assembleia Legislativa e mesmo com esta condição de inferioridade chegou ao comando estadual. Odacir era o favorito em 86, mas Jeronimo Santana levou a melhor. Valdir Raupp, foi outro caso, pois obteve uma reviravolta espetacular sobre Chiquilito Erse em 1994. O atual senador Confúcio Moura não foi favorito em nenhuma das duas eleições que venceu o cassolismo e o expeditismo no estado. E não é novamente favorito na peleja 2026.

Eleições 2026

No conservadorismo rondoniense o que retarda as definições para a disputa do Palácio Rio Madeira é a situação do ex-governador Ivo Cassol (PP) perante a justiça eleitoral. Ele está inelegível, mas sua banca de advogados garante que esta situação será revertida nos próximos meses. Na aguardada definição do ex-governador, os demais candidatos conservadores alinhados ao bolsonarismo, como Marcos Rogerio (PL), Fernando Máximo (União Brasil) e o prefeito Adailton Fúria (PSD) ficam postergando seus projetos. Na hipótese de Ivo Cassol não conquistar a elegibilidade, todos esperam o apoio do ex-mandatário as suas candidaturas.

As demais expectativas

Sem expectativas de contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro - a partir de agora também já não tão requisitado por aqui), o senador Confúcio Moura (MDB), o ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) e o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) estão entrando em campo para a corrida sucessória. Confúcio com a história e a força do MDB e dos seus outros sete partidos aliados, o ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB) alavancado por uma grande gestão em Porto Velho, o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) com a máquina governista para favorecer sua campanha.

Via Direta

*** Vem aí mais um conferencia para a atualização do Plano Diretor do município de Porto Velho com audiências públicas na capital e nos seus distritos *** Programadas para acontecer em setembro, as sessões vão apontar as principais demandas. Na capital um dos problemas é a expansão das linhas do perímetro urbano que vem se espichando há muito tempo *** No vizinho estado do Acre, sofrendo uma das secas mais severas dos últimos anos e um colapso no abastecimento de agua, a saúde pública de Rio Branco já está muito afetada *** Garimpos clandestinos em distritos Porto Velho fomentam a prostituição e o tráfico de drogas em igarapés e no próprio Rio Madeira.




Carlos Sperança

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