Porto Velho (RO)12 de Setembro de 202523:32:21
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Praça recém-inaugurada sofre furto e reacende debate público

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A inauguração de um espaço público costuma representar mais do que a simples entrega de uma obra física. Trata-se, sobretudo, da oferta de um ponto de encontro e convivência, pensado para fortalecer o sentimento de pertencimento e proporcionar momentos de lazer, descanso e integração entre os moradores de uma comunidade. Em Porto Velho, a recente entrega da Praça Marise Castiel, localizada no bairro Alphaville, simbolizava exatamente isso: um espaço revitalizado para ser apropriado pela população. Contudo, a frustração veio menos de 24 horas depois, quando parte da fiação elétrica foi furtada, comprometendo a iluminação e gerando indignação.

O episódio escancara um problema recorrente em diversas cidades brasileiras: a dificuldade de garantir a preservação de bens coletivos diante de práticas criminosas ou de descuido da própria comunidade. Espaços públicos são, por natureza, vulneráveis. A manutenção deles depende não apenas da atuação constante do poder público, mas também da consciência coletiva por se tratar de um patrimônio de todos. Sem essa compreensão, qualquer esforço de revitalização se torna frágil e sujeito a retrocessos imediatos.

É preciso ponderar, no entanto, que a responsabilidade pela conservação não pode ser transferida integralmente para os cidadãos. Cabe ao poder público assegurar mecanismos de proteção, como iluminação adequada, monitoramento por câmeras e rondas preventivas. Ao mesmo tempo, a participação social tem peso fundamental, seja no zelo cotidiano, seja na denúncia de atos de vandalismo. Quando essa dupla responsabilidade não se cumpre, o resultado costuma ser o abandono gradual, seguido de degradação e perda de espaços que deveriam cumprir função de convivência e segurança.

O furto ocorrido na praça recém-inaugurada deve servir como alerta. Não apenas para reforçar medidas de vigilância, mas também para repensar estratégias de sensibilização da comunidade quanto ao valor dos espaços comuns. Mais do que estruturas de concreto, praças são pontos de encontro que humanizam a cidade e ajudam a construir laços de vizinhança. Sua destruição, por atos isolados ou reincidentes, representa um golpe no esforço de tornar as cidades mais acolhedoras e justas.

Diante disso, a saída não está em desanimar diante de episódios lamentáveis, mas em fortalecer parcerias entre governo e sociedade. É necessário criar um círculo virtuoso em que o poder público faça sua parte na manutenção e na segurança, enquanto os cidadãos assumam o compromisso de proteger o que é deles por direito. Só assim será possível garantir que investimentos em espaços públicos cumpram de fato seu propósito: promover bem-estar coletivo, ampliar oportunidades de lazer e reforçar a sensação de que a cidade é um lugar que pertence a todos.

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