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O desempenho econômico de Rondônia em 2025 revela um cenário que merece análise cuidadosa. O crescimento estimado em 3,8% indica avanço consistente, superior à média nacional. No entanto, a perda de posições no ranking estadual expõe limites que não podem ser ignorados.
A leitura da Resenha Regional do Banco do Brasil mostra que a economia rondoniense mantém dependência elevada do agronegócio. Esse setor segue como principal motor de geração de renda e movimentação econômica, mas sua predominância torna o crescimento vulnerável a fatores externos, como preços, clima e custos logísticos.
O crédito aparece como instrumento essencial para sustentar a atividade produtiva. O financiamento rural e empresarial permitiu a continuidade dos investimentos e da produção. Ao mesmo tempo, a dependência desse mecanismo evidencia fragilidades estruturais, sobretudo em cenários de restrição financeira.
O setor de serviços acompanhou o desempenho do campo, mas apresentou expansão moderada. A baixa diversificação limita ganhos de produtividade e reduz a capacidade de absorver choques econômicos. Estados que avançaram mais rapidamente em 2025 mostram maior diversidade produtiva e maior integração entre setores.
A perda de posição no ranking não representa retração econômica, mas sinaliza desaceleração relativa. Outros estados, inclusive da Região Norte, avançaram em ritmo mais acelerado, alterando o equilíbrio regional. Esse movimento indica que o crescimento, por si só, não garante competitividade.
O desafio colocado é estrutural. Rondônia cresce, mas enfrenta dificuldades para sustentar avanço contínuo em comparação com outros pares. A Resenha Regional não aponta rupturas, mas sugere a necessidade de ajustes que permitam maior resiliência econômica.
O debate que se impõe é como transformar crescimento moderado em desenvolvimento mais equilibrado, reduzindo dependências e ampliando a capacidade produtiva. O desempenho de 2025 deixa claro que manter posições exige mais do que avançar acima da média nacional.
Esse contexto reforça a necessidade de avaliar políticas de médio prazo e a eficiência dos investimentos públicos e privados. Infraestrutura, logística e inovação seguem como fatores decisivos para alterar o ritmo de expansão. Sem avanços nessas frentes, o Estado tende a permanecer exposto a ciclos produtivos e a oscilações externas.
O desempenho recente sugere que a discussão econômica deve ir além dos percentuais anuais e se concentrar na capacidade de sustentar crescimento contínuo, reduzir vulnerabilidades e preservar competitividade no cenário regional e nacional.
Diário da Amazônia