Porto Velho (RO)16 de Maio de 202504:39:12
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Amazonas

Semana Nacional de Museus leva visitantes de SP e acadêmicos da Ufam ao Museu do Seringal

Atividade integra a programação cultural da Semana Nacional de Museus e destaca a história da borracha na Amazônia


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Divulgação

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O Museu do Seringal Vila Paraíso recebeu visitantes de diferentes origens e perfis durante a programação da 23ª Semana Nacional de Museus. Turistas de São Paulo, pesquisadores e estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) participaram de visitas mediadas por guias turísticos e assistiram à exibição do filme A Selva (2001), rodado no próprio local. Localizado às margens do igarapé São João, no rio Negro, o museu foi inaugurado em 2002 e oferece uma imersão na história do ciclo da borracha na Amazônia. O espaço reproduz fielmente uma antiga vila de seringal, com construções de madeira, trilhas e objetos originais usados na extração do látex.

Durante a visita, é possível conhecer desde a casa do seringueiro até a residência dos patrões, em um percurso que revela as desigualdades sociais da época e os impactos da exploração econômica da floresta. O museu funciona de segunda a sábado, das 9h às 15h, e aos domingos até 13h, com fechamento às quartas-feiras. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), com gratuidade para moradores das comunidades próximas, mediante comprovação.

Patrimônio cultural e cenário de cinema

Além de seu valor histórico e educativo, o Museu do Seringal também se destaca como cenário de produções audiovisuais. O assessor cultural Luiz Carlos Braga destacou que, além de A Selva, o espaço foi utilizado nas filmagens do longa indiano The Land of Gold (2018) e da série brasileira Aruanãs, original Globoplay, gravada entre 2021 e 2022.

"Sem contar as incontáveis produções independentes do Amazonas que usam o museu como locação. É um espaço que inspira e oferece autenticidade às narrativas", afirmou Braga.

Floresta como experiência sensorial

A experiência do público vai além da paisagem. Ao caminhar entre árvores centenárias e ouvir os sons da floresta, muitos visitantes relatam encantamento. É o caso da fisioterapeuta Fabiana Branco, que visitou o museu ao lado da mãe, Marise Branco, ambas de São Paulo.

"Nos sentimos dentro de um filme. Cada detalhe aqui é mágico e educativo. Para quem vem de uma cidade como São Paulo, esse contato direto com a floresta é transformador", afirmou Fabiana. A visita foi planejada após uma pesquisa na internet. "Buscamos lugares que contam a história da região. Quando vimos que o museu havia sido reaberto, resolvemos conhecer. Descobrimos que há toda uma estrutura segura e bem organizada para o visitante", contou Marise.

Aula ao ar livre com a Ufam

A programação também foi oportunidade de aprendizado para estudantes e professores da Universidade Federal do Amazonas, que realizaram uma aula aberta no espaço. A atividade reuniu participantes da graduação e da pós-graduação de cursos como jornalismo, ciências e educação. A professora Maria Ione Dolzane e o professor Eduardo Gomes, do Centro de Educação a Distância da Ufam, destacaram o potencial pedagógico do local. "Essa visita faz parte de projetos de extensão e inovação tecnológica que desenvolvemos, com foco na criação de acervos didáticos sobre a Amazônia", explicou Gomes. "A ideia é unir saberes tradicionais, acadêmicos e ferramentas digitais para valorizar e divulgar a história da região."

Para a professora Ione, é fundamental incorporar experiências como essa ao currículo escolar. "Muitos alunos, mesmo de Manaus e do interior, não conhecem o Museu do Seringal. A floresta é sala de aula, é espaço de pesquisa e parte da nossa identidade. É preciso integrar essa vivência ao processo educativo." A programação da Semana Nacional de Museus no Museu do Seringal é uma ação do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, em parceria com o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).








Talissia Maressa - Portal SGC

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