Porto Velho (RO)25 de Maio de 202506:07:17
EDIÇÃO IMPRESSA
Ciência & Tecnologia

Sistema de planetas pode ter água e potencial para vida, sugere estudo

Equipe de pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, estudou o sistema de planetas através do telescópio James Webb


Imagem de Capa

Divulgação

PUBLICIDADE

Uma equipe de pesquisadores liderada pelo astrobiólogo Trent Thomas, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, realizou um novo estudo sobre o Sistema Trappist-1. De acordo com as observações, os sete planetas rochosos localizados a 40 anos-luz da Terra podem conter água, considerada essencial para a vida. A pesquisa foi publicada em pré-print e está disponível no arXiv desde maio.

Os sete planetas do sistema orbitam uma estrela anã vermelha do tipo M. Esse tipo de estrela é menor e mais fria que o nosso Sol, e também é conhecida por ter uma maior propensão à atividade de erupções.

O sistema foi descoberto em fevereiro de 2017 e tem sido estudado intensamente pelos cientistas porque três dos planetas estão localizados em uma zona habitável, ou seja, na região onde a água líquida poderia existir na superfície. A presença da substância é considerada um pré-requisito fundamental para a existência de vida.

Estudos anteriores já indicavam a possibilidade dos planetas ao redor de anãs vermelhas conterem grandes quantidades de água, mas sem conservá-las por muito tempo. Outras pesquisas revelam que a intensa radiação ultravioleta causada pela estrela hospedeira faz com que esses planetas percam muita água para o espaço.

Ajuda do telescópio espacial James Webb

Através das observações do JWST do exoplaneta Trappist-1 C, a equipe de pesquisadores descobriu que ele não tem uma atmosfera espessa de dióxido de carbono, como se imaginava anteriormente. A descoberta enfraquece a ideia de que o local seria parecido com Vênus, que tem uma atmosfera densa e tóxica.



Apesar disso, ainda é possível que exista vapor d’água ou oxigênio na atmosfera do Trappist-1 C. De acordo com as observações, o oxigênio pode ser produzido apenas pela quebra de moléculas de água pela radiação, desmistificando a ideia de sinal de vida no local.

Os cientistas também investigaram se esse e os outros planetas do sistema poderiam ter atividades internas capazes de repor água e gases na superfície ou atmosfera, como vulcanismo. Eles criaram um modelo teórico, comparando os exoplanetas do sistema Trappist-1 com os rochosos do nosso Sistema Solar (Terra, Marte, Vênus e Mercúrio).

Eles concluíram que as taxas de desgaseificação nos planetas Trappist-1 variam entre 0,03 e 8 vezes as das Terra. No entanto, provavelmente, a atividade vulcânica deles é baixa ou inexistente, com as taxas de magma parecidas com as de Marte, na verdade. O planeta marciano é considerado vulcanicamente morto.

Ainda foi revelado que os planetas devem ter mantos relativamente secos, com menos de 1% de água. O valor é semelhante ao conteúdo hídrico do manto terrestre.

As observações do JWST sobre o Trappist-1 ainda estão em estágio inicial e novas informações sobre o potencial de vida desse sistema poderão surgir com o avanço da exploração.












Metrópoles

Últimas notícias de Ciência & Tecnologia