James McCue
A chuva de meteoros Orionídeas, uma das mais belas do calendário astronômico, atingirá seu pico de atividade entre as noites de 21 e 23 de outubro, e promete um espetáculo visível em todo o território nacional, segundo informou o Observatório Nacional (ON/MCTI) em nota enviada ao site.
O melhor horário para observar o fenômeno será a partir de 1h, quando o radiante da constelação de Órion — ponto de onde os meteoros parecem surgir — estará mais alto no céu. A orientação é olhar na direção das Três Marias, conjunto de estrelas bem visível a olho nu, símbolo inconfundível de Órion.
Para uma boa experiência, o ideal é se afastar das luzes artificiais. "Procure um local escuro, de preferência longe das cidades, e evite a poluição luminosa. Quanto mais escuro o ambiente, maior será a chance de ver os meteoros", recomenda o Observatório Nacional.
Como a Lua estará apenas 2% iluminada e se põe cedo, o céu deve permanecer escuro durante toda a madrugada, o que cria um cenário perfeito para quem quiser contemplar a Orionídeas. Em condições ideais, é possível ver de 15 a 20 meteoros por hora, cruzando o céu em alta velocidade e deixando rastros luminosos.
De acordo com o astrônomo Marcelo De Cicco, coordenador do Projeto Exoss, parceiro do Observatório Nacional, essa é uma das chuvas mais rápidas e brilhantes do ano. "Os meteoros das Orionídeas podem atingir até 66 quilômetros por segundo, deixando trilhas luminosas visíveis por vários segundos. É um verdadeiro show natural", explica.
O fenômeno poderá ser observado de norte a sul do Brasil, com uma leve vantagem para as regiões Norte e Nordeste, onde o radiante sobe mais alto no céu. Ainda assim, o astrônomo garante: "Mesmo no Sul, é um espetáculo garantido."
A observação não exige telescópio ou binóculos, apenas paciência e olhos atentos. Após cerca de 15 minutos no escuro, a visão se adapta e os meteoros começam a se destacar no céu. Basta deitar em uma cadeira reclinável ou toalha no chão, olhar para o alto e apreciar o show da natureza.
Entenda as chuvas de meteoros
Chuvas de meteoros acontecem quando a Terra cruza regiões do espaço repletas de poeira e fragmentos de cometas ou asteroides. Quando essas partículas entram na atmosfera em alta velocidade, sofrem atrito com o ar e se incendeiam, formando os riscos brilhantes visíveis a olho nu.
Além de encantarem observadores e astrônomos amadores, esses eventos têm importância científica. O estudo das chuvas de meteoros ajuda pesquisadores a mapear a densidade e composição dos detritos espaciais e compreender melhor a formação do Sistema Solar.
Correio Braziliense