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As emissões de combustíveis fósseis provenientes da aviação aumentaram significativamente nas últimas décadas, acompanhando o crescimento da demanda global por viagens aéreas. Em um esforço para reduzir o impacto ambiental do setor, a Natilus, empresa americana fundada em 2016, está desenvolvendo uma nova aeronave com design inovador, o Horizon, que promete reduzir as emissões e o consumo de combustível.
O Horizon, um avião com corpo de asa integrada, visa transportar até 200 passageiros, emitindo metade das emissões e consumindo 30% menos combustível do que os modelos tradicionais, como o Boeing 737 e o Airbus A320. Este projeto é uma tentativa de reverter a crescente contribuição da aviação para as mudanças climáticas.
O uso do Combustível de Aviação Sustentável (SAF), que pode reduzir as emissões de um voo em até 80%, é uma das soluções mais promissoras. Porém, o SAF ainda está em falta, representando menos de 1% do combustível utilizado na aviação. Com isso, inovações tecnológicas, como o design de corpo de asa integrada, tornam-se essenciais.
A Airbus, pioneira na pesquisa desse conceito, já testou protótipos que poderiam economizar até 20% de combustível. Em 2023, a JetZero, da Califórnia, anunciou planos de lançar um avião com mais de 200 assentos utilizando esse formato até 2030.
A Nova Era da Aviação
O conceito de corpo de asa integrada, que une as asas à fuselagem, promete transformar o setor. A Natilus aposta nesse design para criar o Horizon, que, embora inspirado na pesquisa da McDonnell Douglas e da Boeing, traz soluções próprias para estabilizar o voo, um dos maiores desafios desse modelo.
A empresa já possui 400 pedidos para o Kona, um modelo cargueiro sem piloto, e agora transfere a tecnologia para o Horizon, que contará com cabine tradicional e tripulação. A Natilus planeja iniciar a operação do Horizon até 2030, um prazo ambicioso considerando que a certificação de aeronaves leva anos.
Vantagens e Desafios
O novo design traz benefícios como redução de 30% no arrasto aerodinâmico e otimização do peso, permitindo motores menores e, consequentemente, menor consumo de combustível. Além disso, o formato oferece mais espaço interno, o que pode melhorar a experiência dos passageiros.
Porém, o caminho até a certificação é cheio de obstáculos. Autoridades de aviação, como a FAA, têm sido cautelosas com novos designs. A Natilus está atualmente trabalhando em um protótipo em escala real para testar a viabilidade do modelo.
Embora a ideia de um novo tipo de aeronave seja promissora, o Horizon precisará superar desafios técnicos e regulatórios antes de se tornar uma realidade no mercado, num setor que já conta com modelos amplamente integrados como o 737 Max e o A320neo.
Em um mercado competitivo, a Natilus vê uma janela de oportunidade para inovar, mas precisa navegar cuidadosamente pelos desafios tecnológicos e regulatórios que surgem com sua proposta revolucionária.
CNN