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O furacão Melissa se afastava do Caribe nesta sexta-feira (31), após atingir nos últimos dias a região, onde causou a morte de cerca de 50 pessoas.
O fenômeno vai se converter em um "ciclone pós-tropical potente" enquanto se dirige para o norte, e pode causar tempestades e rajadas de vento no leste do Canadá, destacou o centro americano de furacões (NHC, sigla em inglês) em seu boletim mais recente.
Segundo o órgão, as inundações devem diminuir nas Bahamas, mas o nível da água pode continuar alto em Cuba, Jamaica, Haiti e República Dominicana.
A capacidade destrutiva do furacão, um dos mais fortes já registrados, aumentou devido às mudanças climáticas, segundo análise da Imperial College, de Londres.
O Melissa atingiu com força Jamaica e Cuba, onde moradores tentavam avaliar os prejuízos e iniciar o longo caminho para a recuperação. A ministra jamaicana da Informação, Dana Dixon, disse em entrevista coletiva que autoridades tinham informações "bastante confiáveis" de cinco possíveis mortes adicionais: "Seguimos com 19 mortes confirmadas, mas esperamos uma mudança neste número hoje."
Avaliação de danos
O aeroporto internacional de Kingston, que reabriu ontem, já recebeu 13 voos de carga com ajuda humanitária, e mais 20 eram aguardados hoje, segundo o ministro dos Transportes, Daryl Vaz.
Moradores de Jamaica e Cuba avaliavam os danos, embora, devido aos bloqueios viários e à queda dos sistemas de comunicação, esta tarefa possa demorar dias.
A Defesa Civil do Haiti, que não foi impactado diretamente pelo furacão, mas que registrou fortes chuvas, reportou ontem 30 mortos e 20 desaparecidos. A maioria das mortes foi causada por uma cheia repentina no sudoeste do país.
Em Santiago de Cuba, segunda maior cidade da ilha, a tempestade destruiu casas e deixou a população sem energia elétrica, devido à queda de cabos de alta tensão.
"Esse ciclone nos matou, porque nos deixou destruídos", disse à AFP Felicia Correa, 65, moradora de La Trampa, que fica a cerca de 20 km de Santiago de Cuba. "Já estávamos passando por uma tremenda necessidade. Agora, claro que estamos muito pior", lamentou.
Segundo autoridades cubanas, cerca de 735 mil pessoas foram evacuadas, principalmente nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo.
Apoio dos EUA
Os Estados Unidos enviaram equipes de resposta a desastres e de busca e resgate urbano a Jamaica, República Dominicana e Bahamas, segundo um funcionário do Departamento de Estado. Também havia equipes rumo ao Haiti.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, incluiu Cuba, rival ideológica histórica de Washington, nos planos de apoio regional. "Os Estados Unidos estão preparados para oferecer ajuda humanitária imediata à população cubana afetada pelo furacão", declarou.
O governo britânico anunciou uma alocação emergencial de US$ 3,3 milhões (R$ 18 milhões) para a região.
O furacão Melissa igualou o recorde de 1935 como tempestade mais intensa a tocar a terra quando atingiu a Jamaica, na última terça-feira, informou a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
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