Porto Velho (RO)20 de Maio de 202502:14:41
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Plantão de Polícia

Falsa médica que atendia crianças com doenças graves é presa

A falsa médica também forneceu atestados falsificados a trabalhadores, o que resultou na demissão dos beneficiários


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Uma mulher foi presa nesta segunda-feira (19) dentro de uma academia na capital amazonense, suspeita de atuar ilegalmente como médica cardiopediatra. Identificada como Sophia L. de M. A. (foto em destaque), ela atendia pacientes vulneráveis, incluindo crianças com doenças cardíacas, gestantes de alto risco e pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sem possuir qualquer formação médica.

A prisão ocorreu durante a Operação Azoth, deflagrada pela Polícia Civil do Amazonas (PCAM), e incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão. As investigações apontam que Sophia é formada em Educação Física, mas atuava há pelo menos dois anos como especialista em cardiologia pediátrica, ministrava aulas em faculdades e acessava órgãos oficiais usando vínculos falsos com figuras públicas.

Durante a apuração, surgiram casos que indicam risco direto à saúde dos pacientes. Em pelo menos duas situações, crianças com TEA teriam recebido prescrição de medicamentos de tarja preta. A falsa médica também forneceu atestados falsificados a trabalhadores, o que resultou na demissão dos beneficiários após a fraude ser identificada pelas empresas.

As vítimas, ao acreditarem estar em tratamento com uma profissional habilitada, foram expostas a riscos clínicos e sociais significativos. O impacto é ainda mais sensível devido ao perfil dos pacientes: pessoas com condições médicas complexas, gestantes e indivíduos neurodivergentes.

Sophia foi encaminhada ao sistema prisional e responderá pelos crimes de exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, uso de documento falso e, conforme evolução da investigação, lesão corporal culposa.

Por meio de nota, o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-UFAM/Ebserh) esclareceu que Sophia Livas de Morais Almeida "nunca atuou como médica no hospital e nem constam registros de atendimento médico feito por ela na unidade hospitalar."

Segundo o texto, "ela foi aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Amazonas como educadora física. O acesso às instalações da UFAM, incluindo o HUGV, se dava apenas na condição de mestranda. E, por já ter concluído o mestrado na Universidade, a ex-aluna não tem nenhum vínculo com a instituição. O HUGV está à disposição das autoridades policiais para ajudar no que for necessário."









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