Porto Velho (RO)27 de Dezembro de 202519:32:13
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Plantão de Polícia

Mortes em intervenções policiais disparam 400% em Rondônia em 2025, aponta observatório

Dados do Observatório de Segurança mostram que crescimento ocorre no contexto de guerra entre facções e maior presença das forças de segurança


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Foto: Reprodução/Portal SGC

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As ações de força policial em resposta ao avanço do crime organizado resultaram em um aumento de mortes em confrontos no estado de Rondônia em 2025. Dados oficiais do Observatório Estadual de Segurança Pública apontam que, entre janeiro e novembro, 35 pessoas morreram em decorrência de intervenções policiais, contra sete no mesmo período de 2024 - uma variação de 400%.

O cenário está diretamente ligado à atuação das forças de segurança frente à escalada de violência entre facções criminosas. Como explica o promotor Pablo Viscardi, do Ministério Público de Rondônia (MPRO), o crescimento das brigas entre organizações rivais em Porto Velho demandou uma resposta firme do Estado, com a intensificação de operações baseadas em inteligência e o reforço do policiamento ostensivo para proteger a população.

Capital concentra maioria das Operações

Porto Velho, epicentro do conflito entre grupos criminosos, registrou 24 das 35 mortes, contra apenas quatro em 2024. Dois meses se destacaram pela letalidade dos confrontos:

Janeiro: Com 12 mortes, foi o mês de uma série de ataques criminosos no estado. A polícia reagiu a ações do Comando Vermelho, incluindo o assassinato de um cabo da PM, ocorrido dias após uma operação que neutralizou um líder da facção.

Julho: Registrou dez mortes, sendo sete em uma única operação da Polícia Militar no bairro Cai N’Água. De acordo com as investigações, policiais foram confrontados por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que se reuniam para planejar ataques contra rivais. O grupo era investigado por tráfico, homicídios e porte ilegal de armas.




Perfil envolvidos

Todos os mortos nos confrontos eram homens, a maioria na faixa etária de 16 a 29 anos. Os órgãos de controle, como o MPRO e a Ordem dos Advogados do Brasil em Rondônia (OAB-RO), afirmam ter intensificado o acompanhamento dos casos para garantir a estrita legalidade dos procedimentos.

O MPRO está elaborando uma norma para padronizar as investigações desses episódios e conta com um grupo de estudos dedicado à segurança pública. A OAB-RO, por sua vez, declarou que atua para assegurar o respeito aos direitos e à legislação, encaminhando eventuais denúncias aos órgãos competentes, sem substituir o papel do Estado.

Resposta

A atuação policial foi registrada também em outros municípios onde o crime se fez presente: Machadinho do Oeste (3 casos), Rolim de Moura (2), Vilhena (2), Cacoal, Espigão do Oeste, Guajará-Mirim e Monte Negro, com um caso cada. Em dezembro, ainda fora dos dados consolidados, uma operação em Pimenta Bueno neutralizou Wemerson Marcos da Silva, o "Preto", um dos criminosos mais procurados do país.

O levantamento aponta que informações sociais como a escolaridade das vítimas não foram coletadas na maioria dos casos, o que limita análises mais aprofundadas sobre o perfil social.

A reportagem solicitou à Polícia Militar detalhes sobre a estratégia e os resultados das operações, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

































Natália Figueiredo - Portal SGC

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