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O programa do jornalista Léo Ladeia acaba de completar oito anos de exibição, consolidando-se como um dos espaços mais tradicionais de entrevistas em Rondônia. A atração, que começou em 20º de agosto de 2017, nasceu de forma independente, logo após a saída do apresentador de outra emissora local.
"Eu saí da outra rede no dia 21 de julho e, poucos dias depois, já estava aqui, conversando e tentando montar um programa particular. Era uma produção independente. No início, muita gente nem acreditou que eu realmente tinha deixado a outra empresa. Mas no dia 1º de agosto eu já estava no estúdio, substituindo o colega Marcelo Bennesby, que estava de férias. No dia 20, o programa já estava montado e no ar", recorda Ladeira.
O formato inicial era mais simples, voltado às entrevistas. Hoje, com traços de talk show, a essência permanece: dar voz a pessoas, histórias e trajetórias que ajudam a compreender Rondônia.
Uma trajetória além do esperado
Aos 76 anos, Léo Ladeira revela que não imaginava permanecer tanto tempo no ar. "Achei que ficaria dois ou três anos, porque já tinha começado no jornalismo aos 54. O Lubiana me dizia que eu iria chegar a cinco anos. Mas oito? Nem pensei nisso. Estou até com uns três que nem contei", brinca.
Apesar da longa jornada, o apresentador garante que não pensa em parar. "Eu não sei o que o futuro me reserva, mas seguramente vai ser aqui, de preferência com esse programa", afirma.
Entrevistas marcantes e momentos únicos
Ao longo dos oito anos, centenas de entrevistados passaram pelo estúdio. Entre as entrevistas mais marcantes, Ladeia cita a entrevista realizada com Anísio Gorayeb, seu antigo parceiro em um projeto chamado Dose Dupla, que acabou não se concretizando após a morte do colega. "Essa me marcou profundamente, porque ficou um sonho engasgado", lembra.
Outro momento especial foi a entrevista com o ex-governador Osvaldo Piana, que estava afastado da mídia havia anos. O jornalista também relembra figuras singulares, como o gari que conhece a origem dos nomes de todos os bairros de Porto Velho, incluindo o Caladinho. "Ele contou que o nome surgiu quando uma moradora, ao planejar a invasão, disse que precisavam entrar ‘caladinhos’ para não chamar a atenção da polícia", recorda.
Mas nem sempre as entrevistas fluem da forma esperada. "Às vezes, pergunto algo e a pessoa responde apenas ‘sim’ ou ‘talvez’. Outras vezes, o entrevistado fala demais e estoura o tempo. Faz parte", comenta, bem-humorado.
Entrevistas desejadas
Entre as personalidades que gostaria de entrevistar, Ladeira cita o professor Hidelbrando, com quem havia acertado uma conversa pouco antes de sua morte. "Era um desejo muito grande, mas infelizmente não aconteceu", lamenta. Ainda hoje, mantém como meta entrevistar a primeira governadora de Rondônia, Janilene Vasconcelos. "Já tentei algumas vezes, mas não consegui. Este ano quero realizar essa entrevista. "
O carinho do público
Seja no canal 17, ou pelo YouTube, Léo Ladeira diz se sentir privilegiado por estar diariamente na casa de tantas pessoas. "É uma honra muito grande. Às vezes, na rua, alguém me diz: ‘só vou para a cama depois de falar com você’. Isso não tem preço. Ser reconhecido por pessoas que eu nem conheço é raro na vida de qualquer um. "
Para ele, mais do que um trabalho, o programa é diversão. "Sou pago para fazer aquilo que gosto. Não sinto que trabalho, eu me divirto. Nem preciso tirar férias. Essa emissora não é só uma empresa, é uma família. Passei por momentos difíceis aqui, quase morri de Covid, fui assaltado, e sempre recebi apoio e sensibilidade. Tenho um carinho enorme por todos. "
Definição em uma palavra
Ao ser desafiado a definir o programa em apenas uma palavra, Ladeia sorri e dispara: "Encontro."
"Todas as noites eu tenho um encontro com as pessoas, com histórias e com Rondônia. Acho que é isso que traduz o programa", completou, deixando claro que, para ele, a essência da atração está na conexão diária com o público.
Taylor Cardoso - Portal SGC