Porto Velho (RO)05 de Outubro de 202406:18:20
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RONDÔNIA

Debates eleitorais não deveriam ser palcos de manifestações raivosas, de força bruta

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Carlos Sperança

Foto: Reprodução

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Debater é respeitar

Debates não deveriam ser palcos de manifestações raivosas de força bruta. É insensato reunir candidatos e seus jagunços numa sala e esperar que uma troca de insultos não acabe em agressões. O uso da tecnologia pode eliminar o contato pessoal e desligar de imediato quem insulta. Não há debate sem respeito mútuo e provavelmente os debates mais importantes travados hoje no Brasil passam longe dos problemas dos Municípios, que só poderão ser resolvidos pela participação de suas populações.

Um dos debates mais importantes se refere às perspectivas do aproveitamento das amplas reservas nacionais de petróleo. Seria no mínimo imprevidente não utilizar tais reservas. Logo o petróleo será inútil, pois as novas tecnologias vão bani-lo do mapa econômico mundial ao completar dois séculos de predomínio.

Esse ponto é indiscutível e poucas vozes se erguem contra a ideia de explorar o petróleo enquanto ele ainda for cabível para o mercado. O caldo engrossa quando se trata de explorar petróleo na foz do Rio Amazonas. Parece um caso típico da chamada Lei de Murphy, segundo a qual aquilo que pode dar errado vai dar errado e da pior forma possível.

Diante dos riscos, recomenda-se usar a própria tecnologia para proteger o meio ambiente e explorar só o que for livre de desastres. Hoje o desastre é o mais provável, mas não precisa ser sempre assim. Que o debate continue, no nível que merece.

Debate enfadonho

Com a ausência da candidata Mariana Carvalho (União), líder nas pesquisas na capital, o debate realizado na quinta-feira à noite pela TV Rondônia acabou decepcionando os telespectadores. Com o confronto esvaziado, com poucas novidades nas propostas e poucas patadas trocadas entre os candidatos, se constatou uma candidata Euma (MDB) mais meiga, carinhosa e sorridente evitando o desgaste da sua aparição no debate da SIC TV na semana passada onde derrapou. Com Leo, Euma e Célio na frente, disputando uma vaga no segundo turno, era uma excelente oportunidade para os demais candidatos oposicionistas descerem bordoadas nos favoritos. Não aproveitaram a ocasião.

Jogo de estratégia

Sobre a estratégia de Mariana em evitar os últimos debates - Cremero e TV Rondônia - só as urnas dirão se foi a melhor opção. Acredita-se que seu propósito foi evitar desgastes com os candidatos oposicionistas, pois seria o principal alvo, pelo fato de liderar a corrida pelo Prédio do Relógio, sede do governo municipal de Porto Velho. Todos oponentes criticaram a ausência da candidata e aos poucos o debate ficou mais parecendo uma reunião entre amiguinhos. Afinal, gentileza, gera gentileza, como disse Euma toda meiguinha. Ufa! Não aguentava mais tantos jogos de encenação.

Eleições 2024

Completando 110 anos, o município de Porto Velho, como capital do estado, que elegeu primeiro prefeito pelo voto direto em 1985, com o goiano Jeronimo Santana, vai as urnas neste domingo, ao meio de pesquisas fakes, para eleger o sucessor (a) do atual prefeito Hildon Chaves, cuja administração faz história. Com uma população de aproximadamente 515 mil habitantes, um eleitorado de cerca de 360 mil eleitores, a cidade rondoniense tem prevista uma enorme abstenção em vista da decepção da comunidade com a nossa classe política nos últimos anos.

O efeito manada

Além da previsão de um elevado índice de abstenção, que tem sido comum nas eleições em Porto Velho, um efeito manado devastador com a capacidade de virar as eleições de cabeça para baixo não pode ser descartado. Com isto, todos os candidatos a prefeito estão esperançosos, inclusive aqueles da parte de baixo das pesquisas. Teremos muitas surpresas também na eleição de vereadores. A atual legislatura não correspondeu as expectativas e existe uma sede de renovação, pois os atuais edis sequer procediam a leitura dos projetos emanados do Poder Executivo, como ocorreu no celebre caso do IPTU.

O voto útil

Juntamente com um possível efeito manada, temos em curso nos últimos dias, a opção do voto útil oposicionista. É quanto o eleitor escolhe o candidato em melhores condições de bater quem está no poder. Com isto, candidatos até agora bem avaliados podem desabar de uma hora para outra, enquanto que o ungido pelo voto útil sobe como um foguete, para encarar um muito possível segundo turno. Os chapas brancas vão às urnas na esperança de eleger a ex-deputada federal Mariana Carvalho ainda no primeiro turno. Já, os oposicionistas, com a certeza de um pleito em dois turnos.

Um consenso

Durante a campanha eleitoral na capital, alguns projetos consensuais entre os candidatos. O primeiro deles, a necessidade da prefeitura de Porto Velho criar a Guarda Municipal, para auxiliar na segurança pública. O segundo deles, a implantação de uma rede de abastecimento de água para atender a população, pois só 40 por cento dos portovelhenses tem ´água tratada - e a rede de esgoto, com menos de 4 por cento da população atendida. Outro consenso é a construção de um hospital municipal, além da revitalização do centro histórico. Urge ainda a implantação de um centro de convenções, etc,etc.

Nossos vizinhos

Com enorme percentual de acreanos e amazonenses em Porto Velho, todos acompanham com toda atenção as eleições em Rio Branco e em Manaus. Na capital acreana a disputa polarizada envolve o atual prefeito Tião Bocalon e o ex-prefeito Marcus Alexandre, com tendência de um pleito em dois turnos. O mesmo ocorre em Manaus, onde o atual prefeito David Almeida se vê a frente do deputado federal Amom Mandel e o ungido do presidente Bolsonaro. Capitão Alberto Neto na sua cola. Que vençam os melhores!

Toda atenção

Além da enorme presença de acreanos e amazonenses, Porto Velho conta também com grandes colônias de migrantes oriundas de Guajará Mirim, Humaitá, Ji-Paraná, Rolim de Moura, Ariquemes, Jaru e Vilhena. Todos também acompanhando com atenção os desdobramentos das eleições em seus municípios. Outra curiosidade é se os prefeitos mais bem avaliados no estado, como Joaozinho Gonçalves em Jaru e Hildon Chaves em Porto Velho farão seus sucessores. E ainda, se os prefeitos na peleja da reeleição como Garçom em Candeias, Carla Redano em Ariquemes e Alex Testoni em Ouro Preto, Isaú Fonseca em Ji-Paraná, Adailton Fúria em Cacoal e Flori Cordeiro em Vilhena se garantem no cargo para mais um mandato.

Via Direta

No interior rondoniense, alguns prefeitos nadando de braçadas para a reeleição: Alex Testoni em Ouro Preto do Oeste, Fúria (em Cacoal), Lindomar Garçom (em Candeias do Jamari) são alguns deles.























Carlos Sperança

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