Porto Velho (RO)17 de Outubro de 202423:17:00
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RONDÔNIA

Violência contra a mulher: Sintoma de uma sociedade doente

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Foto: Reprodução

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Em pleno Século XXI, o patriarcado e o machismo estrutural ainda persistem como sombras do passado, arraigados em nossa sociedade. É alarmante constatar que, mesmo após décadas de lutas por igualdade de gênero, ainda nos deparamos com casos chocantes de violência contra a mulher, como o recente ataque a uma assistente social em Porto Velho. A suposta superioridade masculina, ideia que remonta aos tempos de Aristóteles e sua observação do comportamento animal, continua a influenciar pensamentos e ações na era moderna. Esta noção antiquada e infundada serve apenas para perpetuar um sistema que oprime e marginaliza metade da população mundial.

O incidente em Rondônia é um reflexo doloroso dessa realidade. Uma profissional, dedicada a ajudar outros, foi brutalmente atacada em seu local de trabalho por alguém que deveria respeitá-la e protegê-la. E infelizmente, este ato de violência não é um caso isolado, mas sim sintoma de um problema muito maior e profundamente enraizado em nossa cultura. É preciso que a sociedade questione e desafie ativamente essas estruturas patriarcais. Precisamos educar nossas crianças sobre igualdade e respeito mútuo desde cedo. As instituições, desde escolas até locais de trabalho, devem implementar políticas que promovam a equidade de gênero e punam comportamentos discriminatórios.

Além disso, é fundamental que todos se mobilizem contra a violência de gênero. Não podemos mais ser espectadores passivos. Cada um de nós tem a responsabilidade de intervir quando testemunhamos atos de machismo ou violência, assim como fez o corajoso cidadão que impediu que o ataque à assistente social tivesse consequências ainda mais graves. O sistema judicial também precisa evoluir, garantindo que os perpetradores de violência contra a mulher sejam devidamente punidos e que as vítimas recebam o apoio e a proteção necessários. Leis mais rigorosas e sua efetiva aplicação são essenciais para combater essa epidemia de violência.

A mídia tem um papel fundamental nessa luta também. É necessário que as notícias sobre violência contra a mulher não sejam tratadas como eventos isolados, mas como parte de um problema sistêmico que exige atenção e ação constantes. O caminho para uma sociedade verdadeiramente igualitária é longo, mas cada passo conta. Devemos continuar questionando, desafiando e desconstruindo as estruturas patriarcais que ainda persistem. Só assim poderemos construir um mundo onde mulheres possam viver e trabalhar sem medo, onde suas vozes sejam ouvidas e valorizadas, e onde a igualdade de gênero seja mais que um ideal, mas uma realidade vivida por todos.




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